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terça-feira, 29 de março de 2011

Blog do NERUDA

O E-MAIL E O POETA

Poesia é aquele gênero que todo mundo adora, mas só meia dúzia lê. Nunca figura na lista dos mais vendidos. O poeta, pra virar conhecido, precisa ganhar prêmio, ter seus poemas musicados ou, sei lá, inspirar algum filme de sucesso. No meu caso, as três coisas aconteceram. Nunca me faltou reconhecimento. Mas o que me deixou famoso, postumamente, até mesmo na parada de ônibus, foi o filme O Carteiro e o Poeta. Lembram? Essa película fez muito sucesso na década de 90. Era o filme que todo mundo gostava de gostar.

O enredo era mais ou menos esse: durante o meu exílio político em uma charmosa e bela ilha da Itália (na verdade me exilei na fria Isla Negra – pertencente ao Chile), para manter a minha correspondência em dia, eu contrato um carteiro extra. Esse sujeito, quase analfabeto, aprende, através da convivência comigo, a escrever seus sentimentos por sua amada. Ele acaba conquistando-a (depois dizem que a poesia não serve pra nada). E eu, em troca, ganhei um ouvinte atento e compreensivo para as lembranças saudosas de minha pátria.

Estou contando isso porque, esses dias, eu li num caderno de informática que o e-mail vai desaparecer. Os autores do artigo sustentam que as mensagens enviadas através de redes sociais, telefones celulares e comunicadores tipo Messenger estão relegando ao velho e-mail o papel de trafegar apenas as informações comerciais. Mais ou menos o que aconteceu com a nossa caixa de correspondência, que hoje não passa de um amontoado de contas e malas-diretas nos vendendo coisas que não precisamos. Com exceção de uma oferta de pílulas azuis sem receita que estão muito em conta, mas isso não vem ao caso agora.

O e-mail ainda era o último elo natural com a arcaica carta de papel. Mesmo que seu envio fosse instantâneo e sem selo, sua lógica obedecia aos princípios de sua antecessora. Há muita gente preocupada com o embate livro físico x livro digital. Mas vejo poucos atentos a um gênero literário que está com os seus dias contados: a correspondência. Gênero esse que já produziu obras de grande relevância, como Carta ao Pai de Kafka, Na missiva, Kafka fazia um ajuste de contas com seu autoritário pai. No fim, nem a enviou ao seu progenitor, ficou com medinho. Nos dias de hoje, essa pérola literária seria reduzida a um mero SMS dizendo: pai, larga do meu. Abs K. E o mundo ficaria sem saber que aquelas loucuras envolvendo baratas, absurdos e burocracia até que eram bem razoáveis, para quem teve um pai como aquele. Falar em pai, o da psicanálise teve a correspondência de mais de 34 anos com sua filha, Anna, reunida em livro. E assim curiosos e profissionais puderam estudar a intimidade de Freud. Se esse material fosse produzido hoje, só teríamos coisas como:
- Chegou bem, filha?
- Cheguei.
- E o seu id e o seu superego também?

Num mundo onde é possível se comunicar a qualquer hora, em qualquer lugar e de diversas maneiras, a carta deixou de ser útil, perdeu seu sentido original.

Uma pena. Os livros de correspondência nos forneciam outro tipo de dado sobre a intimidade, registravam com muita naturalidade os momentos individuais e coletivos. Mas não adianta reclamar. É um caminho sem volta e rápido. Em breve, a revista CartaCapital se chamará SMS Capital, Papai Noel só receberá tuites das crianças e condutores precisarão tirar DM de motorista. Uma coisa será boa. Livros como Cartas Entre Amigos de Gabriel Chalita e padre Fábio de Melo também deixarão de existir.

POSTADO POR: Neruda

Revista Capital ANO XVI Nº 638 - 23/03/2011





terça-feira, 22 de março de 2011

Iminente Isolamento...2


A situação caótica do aeroporto de Itaituba já se arrasta por mais de seis anos, sendo que por conta das falhas em sua estrutura, várias empresas aéreas deixaram de operar na região. Segundo a Anac, dentre os maiores problemas do aeroporto estão falta de luminárias na pista e a ausência de uma viatura para os bombeiros no combate a incêndio. Até mesmo a torre de controle de vôo foi desativada no ano passado, sendo que hoje apenas um grupamento da Infraero orienta os pilotos que atuam na região. Ironicamente, na década de 80, o aeroporto de Itaituba chegou a ser considerado um dos mais movimentados do mundo, registrando mais de 300 pousos e decolagens diariamente, por conta da intensa atividade garimpeira, que sustentava a economia de toda a região oeste do Pará. O governo do Estado ficou de liberar uma verba emergencial para sanar os problemas do aeroporto, só não sei se isto ocorreu até o momento, porque pelo que se sabe a liberação total do aeroporto de Itaituba ainda não ocorreu efetivamente.


Eu pergunto onde estão as pessoas que falam: eu sou prefeito, eu sou o deputado estadual, eu sou o deputado federal, eu sou o promotor da comarca de Itaituba que não tomam uma providencia de fato por essa região? Ah! Minha querida Itaituba porque sofres, padeces de todo esse mal? O meu sentimento é impotência e este é o pior dos sentimentos, porque não posso realmente fazer nada a respeito. Como cidadão, não posso ficar calado diante desta situação. Rebelem-se Itaitubenses, façam alguma coisa, façam uma passeata, um protesto pacífico é claro, mas demonstrem sua indignação.
Altair Viana

domingo, 20 de março de 2011

Carta Do Ausente Vinicius de Moraes

Meus amigos, se durante meu recesso virem por acaso passar a minha amada peçam silêncio geral.

Depois apontem para o infinito.

Ela deve ir como uma sonâmbula, envolta numa aura de tristeza, pois seus olhos só verão a minha ausência.

Ela deve estar cega de tudo o que seja o meu amor (esse indizível amor que vive trancado em mim num cárcere mirando empós seu rastro).

Se for a tarde, comprem e desfolhem rosas à sua melancólica passagem, e se puderem entoem cantus-primus.

Que cesse totalmente o tráfego e silencie as buzinas de modo que se ouça longamente o ruído de seus passos.

Ah, meus amigos, ponham as mãos em prece e roguem, não importa a que ser ou divindade por que bem haja a minha grande amada durante o meu recesso, pois sua vida é minha vida, sua morte a minha morte.

Sendo possível soltem pombas brancas em quantidade suficiente para que se faça em torno a suave penumbra que lhe apraz.

Se houver por perto um hi-fi, coloquem o "Noturno em sí bemol" de Chopin.

E se porventura ela se puser a chorar, oh recolham-lhe as lágrimas em pequenos frascos de opalina a me serem mandados regularmente pela mala diplomática.

Meus amigos, meus irmãos (e todos os que amam a minha poesia), se por acaso virem passar a minha amada salmodiem versos meus.

Ela estará sobre uma nuvem envolta numa aura de tristeza o coração em luz transverberado.

Ela é aquela que eu não pensava mais possível, nascida do meu desespero de não encontrá-la.

Ela é aquela por quem caminham as minhas pernas e para quem foram feitos os meus braços, ela é aquela que eu amo no meu tempo e que amarei na minha eternidade - a amada una e impretérita.

Por isso procedam com discrição mas eficiência: que ela não sinta o seu caminho, e que este, ademais ofereça a maior segurança.

Seria sem dúvida de grande acerto não se locomovesse ela de todo, de maneira a evitar os perigos inerentes às leis da gravidade e do momentum dos corpos, e principalmente aquele devidos à falibilidade dos reflexos humanos.

Sim, seria extremamente preferível se mantivesse ela reclusa em andar térreo e intramuros num ambiente azul de paz e música.

Oh, que ela evite sobretudo dirigir à noite e estar sujeita aos imprevistos da loucura dos tempos.

Que ela se proteja, a minha amada contra os males terríveis desta ausência com música e equanil.

Que ela pense, agora e sempre em mim, que longe dela ando vagando pelos jardins noturnos da paixão e da melancolia.

Que ela se defenda, a minha amiga, contra tudo que anda, voa, corre e nada; e que se lembre que devemos nos encontrar, e para tanto é preciso que estejamos íntegros, e acontece que os perigos são máximos, e o amor de repente de tão grande tornou tudo frágil, extremamente, extremamente frágil.
Por Jade Guilhon.






terça-feira, 8 de março de 2011

Mulheres Ousadas

Gosto, sim, de mulheres ousadas, daquelas que não têm receio de assumirem-se lindas, sexys e maravilhosas. Mulheres que sabem bem o que querem - e o que não querem! - sem se importar com conceitos antiquados ou tabus.

Mulheres de um novo tempo: o tempo delas! O tempo de elas serem tudo o que podem e o que quiserem ser, após tanto tempo de repreensão. Mulheres ousadas são, sim, mulheres que ultrapassam fronteiras, são verdadeiras agentes de transformação de uma sociedade ainda tão hipócrita.

Gosto de mulheres ousadas, por que reconheço que as mulheres têm todo o direito do mundo de assumir sua feminilidade, de aproveitarem as coisas boas da vida, e de serem imensamente felizes - até por que poucas coisas no mundo são tão belas quanto um sorriso feminino. E eu simplesmente adoro o sorriso das mulheres ousadas.

Augusto Branco

Colaboração Michelle Corrêa

Tico Tico Fortissimo- Guitar Quartet

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sábado de Zé Pereira e Terça-Feira Gorda. Saiba a origem dos nomes

SEGUNDA-FEIRA, 7 DE MARÇO DE 2011


Sábado de Zé Pereira e Terça-Feira Gorda. Saiba a origem dos nomes

Eu não abro mão da tranqüilidade de Belém, no carnaval. Ai sobra tempo, para saber de onde vem essa história de Segunda e Terça -Feira gorda.


O historiador Leonardo Dantas explica a origem dos nomes de batizam o início e o fim da folia de Momo.

O Sábado de Zé Pereira começou a ser chamado assim ainda no Brasil Colônia, quando grupos de portuguesese saíam às ruas tocando grandes tambores e anuciando o começo do Carnaval. Esse grupos ficaram conhecidos como Zés Pereiras.

A Terça-Feira Gorda é último dia antes do início da Quaresma – período de 40 dias no qual os católicos não podem comer carne. Aí já viu. E naquela época a igreja botava na inquisição quem descumprisse a norma. O povo caía nos prazeres da carne. Literalmente!

Contribuição do Sílvio Júnior:



quarta-feira, 2 de março de 2011

Câmara aprova projeto que proíbe revista íntima de mulheres

Multa para empresas que descumprirem norma é de R$ 20 mil. Proposta ainda tem de ser aprovada pelo Senado para virar lei.


Robson Bonin Do G1, em Brasília
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (3) projeto de lei que proíbe a revista íntima de mulheres em empresas e órgãos públicos. A matéria prevê multa de R$ 20 mil para quem descumprir a norma e R$ 40 mil em caso de reincidência. De autoria da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), o projeto segue agora para o Senado.

De acordo com o texto da matéria, as revistas íntimas de mulheres serão permitidas apenas nos presídios e terão de ser realizadas por funcionárias. A multa pelo descumprimento da lei será revertida aos órgãos de proteção dos direitos da mulher.

Segundo Alice, a intenção da matéria é evitar abusos e resguardar o direito da mulher à intimidade, e não facilitar a prática de crimes. “Não estamos pugnando pela impunidade e não queremos que eles passem incólumes.”

Ainda de acordo com a deputada, o projeto aprovado pela Câmara representa uma resposta a dezenas de denúncias de abusos contra mulheres em estabelecimentos públicos e privados. "Constatamos que um grande número de trabalhadoras são constrangidas a se submeter diariamente à revista íntima ao fim da jornada de trabalho", argumentou a deputada.