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domingo, 25 de março de 2012

Ensinamentos de pensadores clássicos estão sendo usados como um guia para viver melhor


Ensinamentos de pensadores clássicos estão sendo usados como um guia para viver melhor — e prometem revolucionar até mesmo a terapia. Entenda como esses sábios do passado podem nos ajudar com os problemas de hoje

por Tiago Cordeiro | Ilustrações: André Bergamin
Confira a seguir um trecho da reportagem de capa que pode ser lida na íntegra na edição da revista Galileu de abril/2012, já nas bancas.

Editora Globo
Não faz muito tempo que ler sobre filosofia era visto como coisa de gente que pensa demais, que vive em um mundo paralelo. Mas, desde o começo da última década, uma nova geração de pensadores vem se dedicando a popularizar a disciplina. Nomes como o suíço radicado em Londres Alain de Botton, o britânico Trevon Curnow e o americano William Irvine têm mostrado que pensadores das antigas podem ajudar você com eternas questões da humanidade, claro, mas também com problemas contemporâneos, como a ditadura da magreza ou o excesso de estímulos provocado pela internet.

A proposta tem feito sucesso. Basta um passeio por livrarias para constatar que a filosofia está na moda. Nas listas de mais vendidos há volumes como Aprender a Viver: Filosofia para os Novos Tempos, de Luc Ferry, e The Guide to Good Life (O Guia para a Boa Vida, sem edição brasileira), de Trevon Curnow. No Brasil, O Livro da Filosofia, de Will Buckingham, e Nietzsche para Estressados, de Allan Percy, estão no top 10 de não ficção. “O momento é propício. Vivemos em um mundo de acúmulo de informações e falta de significados. As pessoas estão se vendo forçadas a pensar filosoficamente para encontrar um sentido na vida”, afirma o australiano Peter Singer, professor de filosofia da Universidade de Princeton, nos EUA, e autor de Ética Prática.

Essa nova onda se baseia em uma antiga tradição da filosofia que reflete sobre a vida e serve de guia para a nossa existência — em vez de se preocupar com a definição de conceitos, como justiça, ética e verdade. Sábios da Antiguidade, como Sócrates, Sêneca e Epicuro, e alguns mais próximos na história, como Schopenhauer (1788- 1860) e Nietzsche (1844-1900), trabalhavam nessa linha de filosofia para o dia a dia, que renasce também em palestras, cursos e até em uma nova forma de terapia.

Nos EUA e na Europa, já existe a chamada terapia filosófica. Em consultas, o paciente fala livremente sobre sua vida, dificuldades e interesses, e o filósofo analisa o discurso e tenta mostrar as lições que pensadores como Platão e Aristóteles têm a apresentar no caso. Os profissionais são credenciados por associações como a Sociedade Americana para Filosofia, Aconselhamento e Psicoterapia, que tem 300 terapeutas licenciados — há 10 anos, eram 90. “As sessões ajudam com um problema que está na raiz de muitas crises de depressão e ansiedade hoje: o excesso de expectativas em relação à felicidade e ao amor”, diz Lou Marinoff, analista filosófico e autor de Mais Platão, Menos Prozac!.

Mesmo quem não pretende trocar Freud e Lacan por Sócrates ou Nietzsche tem encontrado espaço para filosofar. As instituições que oferecem cursos livres na área só se multiplicam. Com promessa de chegar ao Brasil neste ano, desde 2008 funciona em Londres a Escola da Vida, fundada por Alain de Botton, um dos expoentes da popularização da filosofia. Autor do novo livro Religião para Ateus e famoso por seu Consolações da Filosofia, de Botton mostra como as ideias de pensadores de outros tempos podem ajudar em questões atuais. Sua escola segue a proposta, com palestras e cursos sobre dieta vegetariana, equilíbrio entre trabalho e vida, como ser cool e as diferenças entre amizade real e virtual. “A filosofia é um modo de pensar. Pode descrever qualquer assunto — sexo, bebês, dinheiro, esquis.” 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Benedito Nunes inspira trabalhos acadêmicos na UFPA

ufpa-logo
Um dos maiores nomes da filosofia brasileira, o professor Benedito Nunes continua inspirando trabalhos acadêmicos na Universidade Federal do Pará (UFPA). O prêmio que leva seu nome e esse ano está na sua segunda edição, está com as inscrições abertas até o dia 30 de abril.



O Prêmio Professor Benedito Nunes é dirigido a pesquisadores e programas de pós-graduação dos Institutos de Letras e Comunicação (ILC), de Ciências da Arte (ICA) e de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O autor da tese premiada receberá cinco mil reais e terá seu trabalho publicado pela Editora da Universidade.

Inscrições – Para se inscrever, os candidatos devem comparecer às secretarias de seus institutos apresentando RG, CPF, comprovante de residência, comprovantes de defesa e aprovação da tese, três cópias dela, comprovante de matrícula Siape, caso sejam servidores da Universidade, e o formulário de inscrição anexado ao Edital. Só podem concorrer aqueles que defenderam as suas teses no período de novembro de 2009 a 31 de dezembro de 2011.

Veja a matéria completa: http://migre.me/8gbcm

Confira o edital: http://migre.me/8gbNj

sexta-feira, 9 de março de 2012

HOMENAGEM À REDE GLOBO POR “A VIDA DA GENTE”

                               HERÁCLITO EM A VIDA DA GENTE.

“A vida da gente” foi mais que uma novela, foi um livro dos bons posto na tela como um quadro clássico. Ao final, deu show em todas as cenas. E para me presentear, a Rede Globo fez uma das mais belas homenagens à filosofia: o ator Leonardo Medeiros, na pele do professor Lourenço, fez o milagre de se por em sala de aula e alinhavar Heráclito e Guimarãens Rosa de modo perfeito. Digo perfeito em todos os sentidos. É muito difícil os atores acertarem em cena de escola. O que faz um professor em sala de aula é às vezes incompreensível, e não raro as aulas ficam forçadas no teatro, TV e até cinema. Em geral, são as piores cenas, mesmo para atores tarimbados. Medeiros foi impecável. Além disso, pela primeira vez em novela dos últimos tempos, a filosofia entrou de maneira correta, casada com a literatura e de acordo com a história da novela. Nem Heráclito e nem G. Rosa desautorizariam a cena. Se há um fragmento de Heráclito que se presta a pseudo comentários, é o do rio. Mas a Globo não errou. Até nisso o texto produzido foi comentado com esmero. A Globo mostrou que até filosofia ela faz bem quando quer. “A vida da gente” deve ser exibida no currículo de cada ator e da direção e tudo o mais com o maior orgulho. 

O Ibope do fim da novela foi o mais baixo do horário das 6 em vários anos. Infelizmente.
[Professores de Filosofia, não deixem de usar a cena sobre Heráclito - é aquilo lá mesmo] (Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ)

segunda-feira, 5 de março de 2012

O Manifesto

POR UMA POLÍTICA CULTURAL PARA BELÉM, PELA CRIAÇÃO DO SISTEMA MUNICIPAL DE CULTURA
 
Belém precisa de uma política para a cultura. Não uma política dessa ou daquela gestão, inspirada nas experiências do gestor público da hora. Isso nós já vimos, ou melhor, já sofremos. Belém precisa de fomento, difusão e preservação da ampla diversidade de manifestações culturais, precisa que estas sejam respeitadas e valorizadas e que se garanta a inclusão e o acesso dos mais diferentes setores da população. Para se concretizar esse passo histórico, temos todos que reconhecer a importância da cultura como instrumento de cidadania e democracia, como transformadora dos frutos da criatividade humana em bem estar social, como geradora de paz e produtora de renda. Além disso, é preciso criar mecanismos que viabilizem sua implementação. Nós artistas, produtores, entidades, agentes culturais e o Fórum Permanente de Cultura queremos:
1) A adesão de Belém ao Sistema Nacional de Cultura, pois será condição para o acesso a 40% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura destinado aos municípios brasileiros.

2) Implantar o Sistema Municipal de Cultura, com Conselho Municipal de Política Cultural, Fundo Municipal de Cultura, Plano Municipal de Cultura, Conferência Municipal de Cultura e Orçamento Participativo da Cultura, para a articulação, gestão, informação, formação e promoção de políticas públicas para a cultura, com distribuição democrática dos recursos através da participação e controle pela sociedade
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Livro trata direito criminal constitucional à luz da sociologia


“Não se vai resolver o problema da violência com penas mais duras. O que se precisa é de prevenção ao crime, com ações estruturais para reduzir as desigualdades sociais. A saída é dotar o Estado de políticas públicas preventivas que impeçam de o cidadão ingressar na criminalidade. Com a mudança de visão política, e não com mais presídios”. Afirmação foi feita pelo juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belém, Elder Lisbôa Ferreira da Costa, durante o lançamento de seu livro “Direito Criminal Constitucional - Uma visão sociológica e humanística”, pela Editora Paka-Tatu, com dois mil exemplares. A noite de autógrafos aconteceu no auditório Benedito Nunes da Faculdade Estácio FAP, e foi muito concorrida. “O livro  faz adequação do Código Penal à Constituição Federal, principalmente nos capítulos sobre direitos e garantias dos cidadãos, dá ênfase à dignidade da pessoa humana”, observou o promotor de Justiça de Direitos Humanos, Aldir Viana.
O deputado federal Arnaldo Jordy prestigiou o lançamento do livro, assinalando que “o livro aborda a necessidade de se atentar para o fato de que a sociedade precisa evitar a bola de neve da violência, porque quem cumpre pena precisa voltar melhor para a sociedade e, no Pará, 60% dos presos são provisórios, ou seja, muitos são inocentes, considerando-se a presunção da inocência”.
O livro do juiz Elder Lisbôa é prefaciado pelo doutor em Direito Penal Luiz Flávio Gomes e apresentado pelo consultor da ONU, Edmundo Oliveira.



BELÉM, SÁBADO, 3 DE MARÇO DE 2012 
poder@oliberal.com.br  Tel.: 3216-1072

quinta-feira, 1 de março de 2012

Os 50 anos de Seminário São Pio X

O texto de João Marivaldo Silva de Sousa ex-aluno do Seminário São Pio X, nos faz relembrar os precursores do conhecimento em Itaituba. Tempos de luzes, maestria dos padres franciscanos e das freiras da Congregação da Imaculada Conceição. Nessa época, muitos jovens da Região Oeste do Pará, inspirados pela vocação sacerdotal acorreram ao Seminário da Igreja Católica. Lembro-me de alguns deles e perdoem-me aqueles, que por uma omissão involuntária deixei de nominar: César Queiroz, Ronaldo Magno, Francisco  Mendonça, Araci Azevedo, José Bentes, Brasilino, Jaime Santos, Aldir Viana, Antônio João, José Maria Pedroso, Edil Salomão(in memoriam), Araci Bentes, Agassis e Dardinelo Queirós, Augusto César amorim, Valdo Gaspar, Arthur Cândido Neto, Gilmar Alho, Océlio Moraes, Sérgio Henn (in memoriam).

Os 50 anos de Seminário São Pio X

Imagem presoO Seminário fica localizado na cidade de Santarém, oeste do Pará, e seu padroeiro é São Pio X, com o lema “Restaurar todas as coisas em Cristo”. Sua inauguração veio a acontecer em 25 de fevereiro de 1962 por Dom Tiago Ryan, com uma turma composta por 39 alunos, vindos de vários municípios vizinhos a Santarém, do Amazonas e do Amapá, e sua direção coube aos padres franciscanos, sendo seu primeiro reitor frei Alexandre Dowey.

Para ingressar no Seminário era preciso ter o curso primário completo e passar na prova seletiva. Os estudos começavam na primeira série ginasial até a quarta. A seguir, vinha o colegial, quando os alunos começaram a frequentar o colégio Dom Amando. O curso de Teologia era feito em Recife-PE.
João Marivaldo Silva de Sousa é ex-aluno do Seminário,
economista, com pós-graduação em Economia Rural.
E-mail: jmjoaomarivaldo@gmail.com