A nossa cidade teve como marco o lugarejo chamado Itaituba,
cuja existência conta desde 1912, alavancando o progresso com a exploração e o
comércio de especiarias no Alto Tapajós. O registro histórico da época
assinalava que Itaituba era o centro de atividade comercial. Sua criação
ocorreu no dia 15 de dezembro de 1856 pela Lei estadual n° 290, e instalando em
3 de novembro de 1857.
Itaituba, cidade longínqua, distando 889,36km em linha reta,
1381 km via estrada para Belém, capital do estado do Pará. Outrora de
difícil acesso, longe de tudo, esquecida pelo poder público. Seus habitantes estão
cansados do abandono e do desprezo que até hoje perdura. A falta de
sensibilidade e o desrespeito com o seu povo pelo poder público, é uma máxima
que não cai de moda.
Na década de 70, em plena ditadura, a população itaitubense
resolveu por livre e espontânea pressão, apoiar a proposta do governo federal
em fortalecer suas bases militares, construiu o Quartel do 53° BIS, inaugurando a abertura da estrada transamazônica,
construindo o cais de arrimo, obra obrigatória a todos os municípios de área de
segurança nacional. Cheguei a percorrer todo o percurso do trecho entre
Itaituba e Altamira, que contava apenas 3 km. Para mim era um sonho que
estávamos realizando. Vivenciamos as mudanças conturbadas vindas com o “progresso”.
Ainda na década de 70, o governo federal, já com a obra avançada, resolve
colonizar todo o trecho entre Itaituba e Altamira, para nós uma novidade. Presenciei
os pousos e decolagens de aviões considerados de grande porte com os colonos
que vinham de vários estados, com o objetivo de colonizar toda a extensão da
transamazônica. Aviões como o avro da Varig, eletra da varig, caravelle da cruzeiro do sul,
samurai da Vasp, boeing da Transbrasil, aviões búfalos e hércules da FAB,
hirondelle da Paraense. Todos esses aviões pousavam no Miritituba, cuja pista
já havia sido asfaltada para receber esses aviões. Lembro com tristeza, porque não tínhamos a leitura do momento político, “o
momento alegre” que acompanhei correndo ao lado do carro do Presidente Médici,
juntamente com o amigo Donga, que morava na residência do Sr. Vivaldo Gaspar. Chegamos juntos ao aeroporto de Itaituba. “Pura inocência de jovens desinformados”.
O meio de transporte fluvial em Itaituba no seu advento era
servido por navios de grande porte das empresas Enasa e Jonasa. Cito alguns que
me veem à memória como: Lobodalmada, 3 de outubro, Tavares Bastos, Lauro Sodré,
as saudosas chatinhas Imediato Carepa, Plácido de Castro. Eram navios que
apresentavam algum conforto em seus camarotes. A garotada, fazia a festa com a
venda de limão por troca de produtos alimentícios.
Fazendo um comparativo das embarcações do passado com as embarcações de hoje, percebe-se claramente falta de investimento no meio de transporte fluvial. Em julho deste ano, repeti a peripécia de anos atrás, viajando de navio para Santarém, depois embarquei para Itaituba. Foram 4 (quatro) dias de viagem. Achava que não iria chegar. Ainda mais, que para mim, as paisagens não eram novidade, por eu ter nascido em Itaituba, região do tapajós.
Um pouco da história que elegi para homenagear a cidade de Itaituba, a cidade que mais amo e que pelas circunstâncias da vida, fui obrigado a trilhar outros caminhos em outro lugar. Itaituba, é a cidade onde recarrego as baterias para enfrentar os problemas cotidianos.
Parabéns ao povo de Itaituba por acolher com simpatia, povos das
regiões mais longínquas. Parabéns por não alimentar o pensamento sectário,
arcaico e desnecessário.
VIVA ITAITUBA!
Hino de Itaituba
Armando - violão, Armando Filho - viola clássica, Thales - violão
Hino de Itaituba
Armando - violão, Armando Filho - viola clássica, Thales - violão
Não conheço Itaituba, mas sinto que deve ser bem especial, baseado no amor que os descendentes demonstram por ela, e torço para que um dia os políticos deixem de ser crápulas e deixem de só importarem-se com a cidade em época de eleições, e vocês Itaitubenses, aproveitem o ano de 2014, ano de eleições e deem uma lição nesses hipócritas, elegendo pessoas ligadas às suas reivindicações e origens.
ResponderExcluirLúcia Cid