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domingo, 8 de agosto de 2010

Pais e filhos: pouco tempo e muito amor

Pais e filhos: pouco tempo e muito amorÉ perfeitamente possível conciliar o trabalho com a educação dos filhos. O que mais importante não é a quantidade, mas a qualidade do tempo que você passa com as criançaspor Roberto Shinyashiki.
29.08.2006
  
 
Roberto Shinyashiki

Psiquiatra, palestrante e autor de 13 títulos, entre eles Os Segredos dos Campeões, Tudo ou Nada e Heróis de Verdade.

Ao contrário do que pensa a maioria, ser um profissional dedicado e um pai atencioso não constitui nenhum paradoxo, nenhuma missão impossível. É preciso valorizar o bom senso, que deveria ser um companheiro inevitável de todas as jornadas e um instrumento indispensável para conciliar às prioridades de nossas vidas. Outro fator importante é evitar a culpa por não poder estar sempre presente. O trabalho é a personificação do nosso dom. É uma das forças motrizes da vida e, além disso, proporciona o sustento de nossa família. Para se desenvolver plenamente, a criança não precisa da presença dos pais 24 horas por dia. O que ela realmente necessita é se sentir amada e respeitada. Não faz mal que tenhamos apenas 15 minutos diários ou meia hora. Utilizar bem esse tempo é que é fator essencial.
Manter o mesmo padrão de excelência na empresa e em casa é um negócio viável mais de alto investimento. Mostrar-se carinhoso e afetivo no pouco tempo que temos junto aos filhos é um exemplo de quanto a relação pode ser produtiva. Telefonemas, abraços, um beijo antes de ir ao trabalho, buscá-lo de surpresa na escola (quando não se pode fazer isso todo dia), um programa de final de semana… As opções são variadas e podem ser adaptadas a diversas profissões.

Pequenos gestos e ações de grande significado são suficientes para sedimentar os laços familiares de forma duradoura. A troca de experiências, emoções e sentimentos é um dos segredos para manter o diálogo entre pais e filhos, mesmo quando esse filho ainda é um bebê. Nesse caso, entra em ação o diálogo do toque, cuja magia transcende nossa compreensão, mas que sabemos ser infalível. O caminho é descobrir a melhor maneira de junto à família, desenvolver um processo de aprendizado coletivo e proveitoso para todos os membros do grupo. Também devemos estar atentos para valorizar as vitórias cotidianas das crianças. Isso é tão importante quanto ajudá-las a superar obstáculos. Notas boas merecem elogios do tipo: Parabéns filho! Papai está orgulhoso de você! Comentários como esse aumentam a auto-estima e colaboram paraque a criança passe a se dedicar mais na escola. Quando acontece o contrário e as notas não são tão animadoras, vale a pena ressaltar o quanto acreditamos no seu potencial e, acima de tudo, deixar claro que estamos prontos a ajudá-los.

O amor, no fundo, é a chave de tudo e palavras como compreensão e carinho funcionam como suporte para os desafios inerentes à convivência familiar. Acredito muito na força de um trecho presente no meu livro Pais e Filhos – Companheiros de Viagem que diz o seguinte: “Às vezes, imagino a vida como uma viagem de trem, feita com companheiros que a compartilham em determinados trechos.

Quando nasci, entrei no trem em que estavam meus pais; eles já conheciam algumas coisas sobre a viagem e sobre o trem. Certamente parte dos seus conhecimentos correspondia à verdade e outra parte não passava de ilusões. No meio da minha viagem nasceram meus filhos. A essa altura eu também já conhecia algumas coisas a respeito da viagem e do trem; igualmente, parte era verdadeira e parte não. Há pouco tempo, meu pai deixou o trem e, com sua partida, mudou a maneira de fazermos a viagem. Mas o trem continuou..

Quando juntos cada um dos companheiros de viagem faz suas descobertas e procura passá-las para os outros, sabendo que a riqueza da luz se amplia quando é compartilhada. Pais e filhos, somente companheiros. Pais e filhos, o mais belo encontro da vida, cúmplices no aprender a desvendar os mistérios de cada um; amigos nas transformações, pois este é um dos grandes segredos da vida: quase tudo é provisório! O que hoje nos sacia, amanhã pode não mais fazê-lo. De definitivo, somente os filhos e, por conseqüência, os pais: definitivo e eterno amor.”

Muita força para fazer de sua jornada uma viagem cada vez mais bonita e mais cheia de luz. Que esse poder ultrapasse as correntes do tempo e consiga se perpetuar em cada uma das sementes plantadas ao longo de sua vida.

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