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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O meu Natal sem meu Pai Altamiro

Tenho evitado falar de mim neste espaço em que escrevo. A verdade é que, a maioria das vezes nem sempre consigo. Mas, acho que todos já agüentaram mais do que mereciam tanta melancolia e lamentações, a verdade é que não consegui evitar.
Este ano pra mim, é como se a árvore de Natal não fosse montada. O presépio não fosse montado e que todas as peças ficassem guardadas nas caixas. E as luzes coloridas não fossem acesas e pela primeira vez, também, sinto-me órfão.
Sim, já sou um homem crescido, cheio de responsabilidades, pai, avô. Mas um pedaço de mim ( e posso garantir que não é pequeno) que queria continuar a ser o filho mais velho e pequeno, especialmente nesta época, a primeira sem ele. Na minha contabilidade natalina, falta um presente, um abraço, um beijo, um sorriso. Não há conversas sobre a ceia de Natal. A ceia de Natal... Ementa igual, nunca mais, nem peru, nem passas. Mas isso não é quase nada, se não fosse haver mais champanhe, bolo de chocolate e rabanadas. Se não fosse haver nem beijos, nem orações em família, nem elogios emocionados, nem opiniões paternas. Tenho certeza que meu Pai gostaria que tivesse tudo isso e haverá, em sua homenagem sempre.
A vida passa tão rápida e perdemos tempo com discussões, confusões, ideologias baratas, imposições para fazer valer nosso ponto de vista, as nossas vontades, quando percebemos que só existem somente duas realidades: o nascer e o morrer. Neste meio-termo, apenas os amigos que vamos conquistando ao longo da vida. E depois, a falta que ele faz e que iremos fazer um dia. As crianças sentem falta, os adultos sentem falta, uma saudade que só deixa quem fez sua existência realmente valer a pena. Vai ser duro este primeiro Natal e os próximos também. Com o tempo sei que vão chegar outras pessoas como minhas netinhas Bianca e Manuela, elas são o meu conforto, o alívio de minhas dores, da minha saudade. Tudo faz parte desse mistério que é a vida.
Este Natal com certeza não será igual ao que passou. Mesmo assim desejo a todos feliz Natal e um Ano Novo próspero e com muita saúde.

Altair Viana

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Itaituba, 154 anos de existência

“Itaituba será uma terra sempre feliz, porque vive banhada pela esperança das águas verdes do fabuloso rio Tapajós”. Marechal Floriano Machado.

De uma simples aldeia de índios, igual a tantas outras existentes ao longo do Rio Tapajós, nasceu à pequena cidade de Itaituba. A Aldeia já era conhecida em 1812 como o maior centro de comércio de especiarias do alto Tapajós, com o nome de Itaituba.

O nome indígena, vem da língua tupi-guarani, que significa: Ita-pedra, I – Pequena, Tuba-abundância, que quer dizer lugar de muita pedra miúda, que realmente existe em grande quantidade na margem esquerda do Rio Tapajós.

Historicamente descoberta em 15 de dezembro de 1856, pelo Tenente Coronel Joaquim Caetano Correa, Itaituba somente foi elevada à categoria de cidade em 25 de novembro de 1900, pela lei de nº 648.

A partir desse momento, a economia do município viveu momentos de altos e baixos, em dois importantes ciclos:o da borracha e o do ouro. Em 1914, por exemplo, Itaituba representou o Pará numa exposição de produtos tropicais, realizada na cidade de Londres, dada a sua importância como um dos grandes produtores mundiais de borracha.

Nesse tempo, havia muita opulência e esnobação em Itaituba. As roupas dos barões da borracha eram lavadas em Belém. A influência francesa era marcante, notadamente no modo das pessoas se vestirem. Roupas e adornos eram importados de Paris. Esterlinas eram encomendadas por seringueiros a seus patrões e achegavam normalmente como qualquer outra mercadoria. As casas eram assoalhadas de acapu e pau-amarelo; algumas com azulejos importados de Portugal; os móveis como consolo, eram cobertos por pedras de mármore de carrara. Nas reuniões sociais falava-se o francês.
Com o final da 1ª Guerra Mundial, o preço da borracha desabou no mercado internacional, levando junto o sonho itaitubense. A partir desse episódio começou a derrocada, os barões transformaram-se em plebeus e os poucos que ainda dispunham de recurso financeiro, decidiram mudar-se para outro lugar e fugir da decadência. E assim terminou o ciclo da borracha, mas não apagou o sonho dos itaitubenses de viverem na prosperidade e na riqueza.

Itaituba foi redescoberta novamente com a abertura das rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, carro-chefe do Programa de Integração Nacional do Governo Nacional Federal, e tinha como meta principal à ocupação da Amazônia através da colonização dirigida que previa o assentamento de várias famílias vindas de todos os cantos do país…atraídos pela promessa oficial “terras sem homens para homens sem terras”, além de crédito, assistência técnica, estradas vicinais, escolas, postos de saúde.
Itaituba funcionava como principal entreposto comercial da região. Ao lado desse acontecimento, um outro merece registro pelos efeitos causados à economia e a vida de Itaituba: o incremento da exploração do ouro nos garimpos do município no início da década de 80, associado à valorização do precioso metal no mercado internacional.

O município com sua fama “Eldorado” atraiu grandes contingentes populacionais, que passaram a sonhar com a possibilidade de enriquecimento rápido. De fato, muitos bamburraram. Tornaram-se donos de garimpo e de toda uma infra-estrutura de transportes, envolvendo aviões de pequeno e médio portes, cantinas, comércios, máquinas pesadas – pares de máquinas e outros empreendimentos, além de um número considerável de garimpeiros autônomos que pagavam para usufruir a estrutura do garimpo. A necessidade de insumos para serem usados nos garimpos possibilitou a abertura de inúmeros negócios e o incremento do comércio em Itaituba. A avenida Hugo de Mendonça foi tomada por atividades comerciais das mais diversas. Escritórios de compra de ouro, farmácias, butiques, armarinhos, casas bancárias. O aeroporto da cidade assumiu a condição de o mais movimentado do Brasil.

A pressão e rapidez do crescimento desordenado da cidade terminaram por anular os efeitos que incontáveis toneladas que saíram dos garimpos do Tapajós poderiam trazer para a grande maioria da população do município. Além disso, o sistema de tributação revelou-se perverso e injusto para com Itaituba. Criou-se, então, o contraste segundo o qual o município de São Paulo, que não possui um único garimpo em seu território, passasse a receber grandes fatias do imposto sobre o ouro, infinitamente superiores às que, por Lei, deveriam ser destinadas à Itaituba.

O resultado disso é que o município colheu poucos benefícios da atividade garimpeira. Os impostos eram minguados e os problemas decorrentes da garimpagem bastante avolumados: violência, tráfico de drogas , prostituição (infantil, inclusive) e outros, associados a um Poder Público incompetente e uma sociedade anestesiada pela falsa ilusão de que todos estavam no caminho da prosperidade e da riqueza fácil. É inegável que o garimpo fez a alegria de meia dúzia de privilegiados, mas produziu um número incontável de desafortunados. O tiro de misericórdia foi dado pelo governo Collor quando confiscou todos os ativos do país, inclusive... os dos investidores dos garimpos. Assim, findou-se o ciclo do ouro.

O dia 15 de dezembro é uma data importante para todos aqueles que amam Itaituba. O futuro daquela que já foi “a capital da borracha”, “a capital do ouro”, “cidade pepita”, repousa na capacidade das suas lideranças políticas, empresariais, de trabalhadores, religiosos, enfim da sociedade civil, em geral, de retomar a discussão de um plano estratégico de desenvolvimento econômico-social que privilegie a geração de emprego e renda e evite a concentração. Tal medida deveria servir de ato preparatório quando foi inaugurado o TRAMOESTE . O linhão, resolveu definitivamente o problema de geração de energia elétrica, possibilitou o funcionamento da CAIMA, que segundo projeções que antecederam seu funcionamento geraria 600 empregos diretos, 2.000 indiretos, produziria 50 mil sacos de cimento/dia, e injetaria R$ 2 milhões por mês na economia de Itaituba. A fábrica possibilitaria a implantação de uma Moageira de calcário, que produziria fertilizantes para a correção de solos. Não se tem notícia se essas expectativas concretizaram-se.

É preciso que se diga, finalmente, que Itaituba e seus líderes, com base nas lições de um passado bem recente, rediscutam seu novo modelo de desenvolvimento econômico-social sintonizado com um novo ciclo: o do agronegócio com todas as suas conseqüências sobre o ambiente, à geração de emprego e renda para a população. Preservação do patrimônio histórico e cultural . Por necessidade profissional tive que mudar-me para Belém do Pará .Itaituba continua viva na memória. E parafraseando o poeta Carlos Drumonnd de Andrade : “Itaituba é um retrato na parede, mas como dói!”

ALDIR VIANA
Ex-deputado Estadual
Ex-Secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos
Promotor de Justiça de Direitos Humanos

Itaituba, parabéns pelos seus 154 anos de acolhimento à sua população miscigenada

Hoje Itaituba completa 154 anos, fundada em 15/12/1856, com uma área de 62040,95 Km2, é uma cidade que cresce no berço da solidão da ausência do Estado do Pará. A população paciente não desiste, luta com as suas próprias forças na tentativa de alavancar o progresso, melhorar sua qualidade de vida, sejam na educação, saúde ou na economia, chavões que fazem parte do discurso político e que já soa mal aos nossos ouvidos. A sua posição geográfica não enche os olhos do empreendedor, ainda mais quando todas as atenções governamentais estão voltadas para Santarém, cidade que funciona como entreposto entre as diversas cidades do baixo-amazonas e da microrregião de Itaituba.

Tivemos a oportunidade de eleger dois deputados Aldir Viana e Wilmar Freire, isso após anos e anos de luta, sempre elegendo Ubaldo Corrêa (STM), Paulo Lisboa (STM), Oswaldo Melo(BEL), Jarbas Passarinho(BEL), Bonna(BLM), Dr. Martins(STM), Bené Bicudo(STM), Amaral(STM), Jader Barbalho(BEL), Alacid Nunes e outros mais, que não me vem à memória. Hoje temos como Deputado Estadual Hilton Aguiar e nosso amigo e jovem Deputado Federal João Dudimar Paxiúba, uma esperança de sucesso na política Itaitubense. Agora podemos bradar que temos uma representação política tanto na Assembleia Legislativa como na Câmara Federal em Brasília.

Sempre nestas datas gosto de dar uma olhada nos arquivos de meu pai Fran Mendonça, e sempre encontro um texto visionário e muito presente. Hoje apresentarei o artigo escrito por meu pai que de uma forma ou de outra contempla o anseio da cidade de Itaituba:

Alerta Itaituba! Alerta - escrito - 09/03/1986
Francisco Xavier Lages de Mendonça

Desde o ano de 1954, quando pela primeira vez participei da vida política da minha terra, já era manifesta a necessidade urgente e presente da cidade de Itaituba ter um representante próprio, político, na Assembléia Legislativa do Estado. Por esta causa, sempre me debati dentro do extinto Partido Social Democrático (PSD), da Arena e do Partido Democrático Social (PDS) sem nada conseguir, sob a alegação de que Itaituba na possuía número de eleitores suficiente para eleger um Deputado Estadual. Tudo bem, não possuímos mesmo. Mas o tempo passou e Itaituba cresceu, tornou-se adulta, e hoje já possui mais de 25.000 eleitores. Se for desencadeada uma campanha de cadastramento eleitoral, nos moldes da campanha de 1982, que elevou de 6.000 habitantes, aproximadamente, para 20.000 eleitores no município, o que é possível já que existe um número expressivo de eleitores, e então: porque Itaituba não apresentar um candidato a Deputado Estadual próprio que se identifique com nossos problemas, que viva a nossa vida?...

Acho que chegou a hora de nossa emancipação política, vivemos todos esses anos com nosso cordão umbilical atado aos interesses políticos de Santarém. Chegou a hora de cuidarmos das nossas vidas e dos nossos interesses políticos. Atrelarmos-nos a Santarém, sim, de igual para igual como cidade, lutando sempre por conseguir meios de fazermos por ITAITUBA algo de que ela carece e que tanto eu bem sei. Para tanto, quero conclamar a todos os brasileiros que mourejam ou vivem em Itaituba, a dizermos basta ao domínio político de Santarém. Convido a todos os homens responsáveis pela política local, para nos sentarmos numa só mesa para indicar um homem capaz a candidato a Deputado Estadual por ITAITUBA, e por ele juntos trabalharmos, certos de uma vitória, que será a vitória de todos nós.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Erros ou equívocos nos acompanham no dia-a-dia

Reporto-me aqui ao caso da auxiliar de enfermagem que teria aplicado vaselina no lugar de soro na menina Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos, no Hospital São Luiz Gonzaga, na Zona Norte de São Paulo. É claro, que aqui não darei razão à falha ocorrida levando a óbito uma criança. Nos hospitais existem medicações que são aplicadas com menos frequência e às vezes são apicadas eporádicamente que chegam a cair no esquecimento devido ao pouco uso da medicação.

Fatos como esses, acontecem por acaso dentro das nossas casas, que por um descuido somos induzidos ao erro, muitas vezes erros fatais. No meu caso aconteceu que ao fritar ovo para o meu filho, talvez por discuido de alguém, investi sobre a embalagem que continha limpol com a cor muito parecida do óleo de cozinha. Ao fritar o ovo percebi que o líquido era fino e evaporava muito rápido. Mesmo assim no primeiro dia fritei o ovo e Armando filho degustou reclamando que havia um gosto esquisito. No outro dia a história se repetiu, fritei o ovo novamente sempre achando que o azeite era de péssima qualidade. Nesse momento entra a minha esposa vê e ouve o comentário, o armandinho ao levar a colher a boca foi interpelado pela digníssima exclamando: “não come que foi frito com limpol!”. Ai vem àquela parte mais chata, que é a ladainha... Ainda bem que não houve polícia e nem uma ação fatal.

Condenar uma pessoa por uma ação involuntária é cruel e desumano. A sentença psicológica aplicada a essa moça, a marcará por toda a sua vida.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

SAUDADES DO MEU AMIGO TRUTH

Quero dizer que todo mundo deveria ter por perto de sí, alguém assim como tu!!

Assim é bom saber, que você está por aí, eu estarei aqui sempre que você precisar!!!

É como eu sempre digo: Graças à Deus que alguém inventou os amigos T.Q.M. (todos queremos muito..)e quero que o meu carinho te abrace pra sempre em qualquer dimensão..

Tomara que a vida eterna sorria pra você sempre e também gostaria que você soubesse de lá de onde você estiver que estás na minha lista de amigos insubstituíveis.

Desejo que todos os teus sonhos tenham sido realizados.. Se estivesses conosco ia lhe pedir pra olhar para o meu sorriso e dizer: Foi você que o colocou aí...obrigado!!

Sei que nunca esquecerias que poderias contar sempre comigo, terias sempre um grande abraço meu amigo. Obrigado por teres entrado em nossas vidas, obrigado por teres sido nosso amigo e pronto. Agradeço porque amizade como a sua foi raro.

A minha saudade é enorme, vão fazer 3 meses que você se foi, com certeza pra um lugar lindo cheio de músicas daquelas que sempre lhe deixariam muito feliz!!

Você foi na esperança de ter realizado em vida um sonho, a comemoração dos seus 70 anos, com certeza seria uma festa linda, infelizmente 10 dias antes você se foi, partiu.

Meus amigos Dulcinéia, Luis Henrique, Charles e Sonia, eu sinto a falta do Truth como sinto a de meu pai querido.

Ele também estava esperançoso de realizar sua festa de 80 anos, mas Deus assim não quis, já tinha reservado aos dois uma festa melhor e sem sofrimentos no plano espiritual e superior.

Peço sempre a Deus que nos devolva a alegria de viver, seguir em frente pra que eles sempre se alegrem conosco que ainda estamos por aqui.

Um grande abraço do amigo

Altair Viana

Governadora asssina Protocolo de Intenções para instalação de uma zona franca em Santarém

DIÁRIO OFICIAL Nº. 31807 de 09/12/2010

PROTOCOLO DE INTENÇÕES

Partes: Estado do Pará e Estado do Amazonas
Objeto: Realização de estudos destinados à criação, no município de Santarém, Estado do Pará, de um polo de distribuição de mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, principalmente quanto ao estado específico de viabilidade econômica e de competitividade, para se comprovar a existência de suporte técnico e econômico à efetiva implantação do referido polo.
Data da assinatura: 22 de outubro de 2010
Signatários: Ana Júlia de Vasconcelos Carepa, pelo Estado do Pará e Omar José Abdel Aziz, pelo Estado do Amazonas.

"A criação de uma zona franca em Santarém foge aos princípios de desenvolvimentos estabelecidos. Como acontece em todo o mundo, as zonas francas sempre são instaladas em local ou região isolada, onde entram mercadorias nacionais ou estrangeiras sem se sujeitarem às tarifas alfandegárias. Santarém é uma cidade com boa localização com porto de fácil acesso, asssim proporcionará uma abertura no mercado por favorecer o aquecimento da economia com baixo custo operacional. Se olharmos por uma ótica política, essa zona franca deveria ser instalada em Jacaré-Acanga que é um município isolado, distante de tudo, assim cumpriria melhor o seu propósito político de desenvolvimento. Não podemos deixar de enfatizar que uma zona franca ainda é uma boa saída para alavancar o desenvolvimento de uma região."

domingo, 28 de novembro de 2010

Tartá marca, Flu derrota o Palmeiras e fica a uma vitória do bicampeonato

Verdão assusta no início e abre o marcador, mas depois para em campo. Na última rodada, Tricolor receberá o rebaixado Guarani no Engenhão.

Foi difícil, dramático, sofrido. Em muitos lances, a bola parecia não querer colaborar. Em outros, o goleiro Deola era o inimigo. Mas, como a próprio torcida do Fluminense grita, o “time de guerreiros” das Laranjeiras fez a sua parte, derrotou o Palmeiras de virada por 2 a 1 na Arena Barueri e pôs a mão na taça do Campeonato Brasileiro. Foi aos 68 pontos, um a mais do que o vice-líder Corinthians, e, para conquistar o título, precisa de uma vitória no próximo domingo, contra o já rebaixado Guarani, no Engenhão.
Do lado palmeirense, só lamentações. Após a desastrosa eliminação na Copa Sul-Americana na quarta-feira, o time foi obrigado a conviver com a revolta da torcida. Ela ofendeu o atacante Dinei, autor do gol que abriu o placar em Barueri, e o goleiro Deola, que fez grandes defesas durante a partida. A indignação era tamanha que, quando os jogadores entraram em campo para o aquecimento, foram para a metade do campo onde só havia torcedores do Fluminense na arquibancada. Logo depois, quando o Tricolor das Laranjeiras entrou em campo, surgiram os primeiros gritos de “campeão, campeão”.

por Cahê Mota, Marcelo Prado e Tiago Leme



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Saudades do meu amado pai Altamiro (22.11.2010, 6 meses de saudades, 25.11.2010 seria seu aniversário)

Perdi meu pai há 6 meses atrás. Ele morreu de uma maldita infecção hospitalar, uma bactéria minúscula, menor talvez milhões de vezes que a cabeça de um alfinete, mas que tem um poder de destruição inimaginável. Pior, não há remédio, não há antibiótico que cure, que estirpe tal mal de um corpo enfermo.

“Como dizia Carlos Drummond de Andrade, que morreu logo depois que sua querida filha se foi.” Não morremos de morte morrida, mas de vida vivida”. A conjugação pode estar errada, mas os poetas, como se sabe, são livres para “poetar” e o sentido é profundo. Ele abusou demais daquele coração vivendo intensamente suas emoções. “Prefiro viver intensamente por menos tempo, a viver mais e não poder fazer as coisas que mais gosto nessa vida”. Era o seu lema. Foi a vida que ele levou que o levou embora. Quem ele amou, ele amou sem medidas porque era ávido de amor. Gostava de dividir e doar. Sincero até demais, dono de um coração sem limite que o traiu no seu último momento”.

Todos nós, que estamos aqui, temos medo de uma notícia destas, a morte. Nossa alma fica pequena só de pensar e temos que viver com isso. Quanto mais passa o tempo e eles envelhecem lá do outro lado, pode ter certeza, um dia esta notícia vai chegar. É o curso natural da vida, mas quem disse que é fácil aceitar? A tristeza desta perda não se resume ao passado, é a dor da tristeza pelo futuro que não se terá. Ele não vai mais estar no aeroporto me esperando como fez tantas vezes nas minhas idas e vindas, e todas as vezes que eu tinha que voltar ele desaparecia para não ter que se despedir. Ele gostava dos encontros, mas não gostava das despedidas. Quem pode gostar?

Quanta saudade meu pai, se vivo fosses faríamos uma baita festa, porque se aproxima o dia 25 de novembro, seu aniversário, ao invés disto, temos que amargar que chorar pela sua ausência irremediavelmente no dia 22.11.2010 data de sua morte. Seis meses de saudades.

Perder alguém querido é perder-se, porque somos feitos dos outros que nos rodeiam. Pai e mãe é parte de nós. Foi-se um pedaço do peito. Foi-se uma parte de nós, da nossa família. Saudade e tristeza profundas misturadas a uma alegria tão grande de tê-lo no passado… De tê-lo tido como meu pai. Estou confuso nesta hora.

Às vezes parece que ouço sua voz carinhosa me chamar “meu filho “Altair”, “Maria” vem cá. Nunca mais vou ouvi-lo, dói demais, dói na alma. Lágrimas incontroláveis é um protesto que a situação impõe seria melhor se fosse outra.

Perder um pai ou uma mãe não tem consolo. A distancia nesta circunstancia é cruel, é quase desumano. Aquele telefonema que eu não encontrei tempo para dizer mais uma vez o quanto eu o amava. Entristeço-me pensando o quanto adiamos pequenas coisas que são realmente importantes da vida, na ilusão de que o tempo “vai dar” para fazer tudo. Não deu para dizer adeus... e está doendo muito. Dói tanto que as têmporas apertam e as lágrimas escorrem abaixo pelo rosto. Seis meses sem você meu pai e ainda não consegui recuperar a alegria de viver, peço a Deus que me dê esta oportunidade de me alegrar de novo. Peço a Deus que me mostre o caminho da recuperação emocional de todos nós pra seguirmos em frente com nossas frágeis vidas. Meu pai onde você estiver aceite os nossos parabéns pelo seu aniversário e que Deus esteja contigo. O que me incomoda é ver que algum de nós não se sente como eu. Ainda tem tempo e disposição para festas e comemorações. Pai você viveu uma vida plena acho que realizastes tudo que estava ao teu alcance, fomos felizes contigo tenho certeza. Eu sei por que você me dizia a única cidade que amou nesta vida foi Itaituba, cidade da sonda, dos garimpos tempos idos que não voltam mais. Dissestes-me também de sua tristeza quando ainda vivo da destruição talvez do maior símbolo dessa cidade, a sonda. Com certeza acharias uma forma de manter coisa tão boa pra todos.

Mamãe, Altair, Adalberto, Artêmio, Aldir, Aurimar, Ana Maria, Mena, Altamiro Filho, Aglacy, Ivanilda, Rafic. Seus netos, netas e suas bisnetas Bianca e Manuela.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Apresentação do Grupo Verbus

O Grupo Verbus, grupo de teatro que relaciona teatro, música e poesia, formado pelos atores Carlos Vera Cruz, Stéfano Paixão, Adelaide Teixeira, Luiza Braga e pelo músico Armando Mendonça, volta em cartaz com o espetáculo Sobre o Amor.

É praticamente impossível falar de poesia e não falar de amor. Afinal, durante séculos vários poetas dedicaram, se não toda, grande parte de sua obra a esse sentimento inerente a todo nós seres humanos. E se poesia é forma de expressar sentimentos, o amor encontrou nela o seu melhor veiculo. Sobre o Amor é o espetáculo do grupo Verbus que mostra diferentes visões do amor, através das poesias de Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Afonso Romano de Santana, Martha Medeiros e Hilda Hilst. Embaladas por canções de Cartola, Tom Jobim, Baden Powel, Chico Buarque e outros, em interpretações que ficaram marcadas nas vozes de Elis Regina, Maria Betânia e outros grandes nomes da música popular brasileira.

Este foi o primeiro espetáculo montado pelo grupo, no ano de sua criação, em 2007. Completando três anos de existência, Verbus convidou os músicos Yanna Cardoso e Armando de Mendonça (pai de Armando Mendonça) para completar a “festa”.

GRUPO VERBUS - SOBRE O AMOR
TODAS AS QUINTAS DE NOVEMBRO
ÀS 23 H NO BAR LE MARCHAND
(BRÁZ DE AGUIAR, 684 – ENTRE GENRALÍSSOMO E QUINTINO)
INGRESSOS: R$ 10,00
INFORMAÇÕES: 8113-2675

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eternas saudades meu amado pai - Altamiro Raymundo da Silva – 5 meses(22.10.2010)

Como dói essa dor,
você partiu e nos deixou...
Eu não estava preparado para perder você
eu sempre pensei que um guerreiro como você
nunca fosse morrer.
Pai eu não estou suportando essa dor,
sinto falta de afagar teus cabelos,
sinto-me muito triste só de imaginar
que não mais sentirei o teu abraço.
Tu foste o meu ídolo, minha referência.
Não tem médico, doutor ou remédio
para curar a minha dor
Olho tuas fotos todos os dias,
porque minhas queridas irmãs colocam.
No quadro de aviso que temos,
Mas nada me consola...
Quando me dizem: “aceita porque foi à vontade de Deus.”
isso só me revolta, pois sei
nunca mais o terei de volta.
Eu preciso de uma explicação
Que acalme o meu coração,
Porque Deus te levou?
A tal pergunta constato é irremediável só me resta esta dor...
Faz cinco meses que o senhor partiu papai e
Ainda lembro do último beijo que te dei.
Eu sei que vou te amar por toda a minha vida...
Não vou mais escutar a sua risada sonora de alegria.
Escutar o som de Nat King Cole vai me trazer mais saudades de meu pai.
A música desse cantor americano fazia sua cabeça,
Quase sempre ele estava feliz para alegrar a casa,
A família e os amigos, que eram tantos, ou poucos não sei..
A veia política e a sensibilidade para apreciar as coisas boas da vida
Ao modo dele, eu sei, é parte do que ele passou pra mim
Respeito ao próximo, a natureza, ser honesto, e todos aqueles valores morais que hoje eu procuro passar para os meus filhos, quase tudo que sei devo a ele.
O sentimento agora é saudade, tristeza, misto de um quê de orfandade a perda do meu pai. Tristeza é um silencio que grita dentro da gente.

Altair Viana

domingo, 17 de outubro de 2010

Um ciclo da vida do Truth se encerra e começa um novo ciclo espiritual

O ciclo da vida é perfeitamente compreendido, mas não aceitável. Construímos nossas relações desde nosso nascimento: amor materno, amor da família com quem, na lógica, deveríamos ter o elo mais forte, amizades com pessoas fora do seio da família, escola, igreja e outros grupos de coalizão. Evoluímos, construímos pontes de acesso abstratas que nos levam a uma viagem de sonhos muitas vezes realizados e outros que nunca passarão de sonhos. Essa reflexão só é percebida quando adquirimos maturidade e, principalmente, percepção do mundo que nos cerca.

A convivência verdadeira e constante com a família do meu padrinho Truth e Dulcinéia sempre é marcada pela sinceridade. Lembro quando meu pai Fran Mendonça chamou a mim e a meus irmãos Fran e Roberto e “sugeriu” que escolhêssemos os nossos padrinhos de crisma, respondi que gostaria que meu padrinho fosse o Truth, Fran escolheu o Duca Leite e o meu saudoso irmão Roberto o Laércio Mesquita. Imediatamente fomos ao encontro dos três e para o nosso conforto os três padrinhos escolhidos aceitaram. Lembro de um presente que ganhei de meu padrinho Truth: uma camisa do América Futebol Clube, eterno adversário do Auto-esporte Futebol Clube. Nem assim fui torcedor do América, Como torcedor do Auto-esporte, sei que não havia a intenção de me cooptar. A proximidade com a nossa família fortaleceu ainda mais o nosso laço de amizade.
Na missa de suas Bodas de Prata, tive a honra de participar tocando ao violão a música “Rosas vermelhas para uma dama triste” interpretada por Sebastião Filho:
Como o destino sempre nos apronta peças inesperadas, um projeto que eu havia começado alinhavar seria uma homenagem musical ao meu padrinho Truth, por ele concentrar qualidades que eu apreciava e aplaudia sempre. Um homem antes de tudo dedicado à família e aos amigos, descontraído e com muitas virtudes. Suas “tiradas” de sempre falar com um humor diferenciado e bem elaborado nos fazia sempre destilar boas gargalhadas, além de ser um exímio baterista com aquela batida de “bossa nova” inconfundível.

Fica a saudade da presença física e das energias positivas que o meu padrinho Truth sempre transmitia.

Que a família busque o conforto na lembrança do convívio feliz que desfrutaram juntos.
“Um grande homem com uma grande família”

Assistam ao vídeo com a música que, em minha opinião, ele mais gostava e que muitas vezes o vi tocar e cantar ao som do violão:




sexta-feira, 15 de outubro de 2010

UM AMIGO DILETO QUE SE FOI...

Hoje não tem muita coisa, frases de efeito.
Hoje não tem chuva pra lavar a dor do peito.
Hoje não tem a mesma poesia nossa de cada dia.
Hoje não foi outro dia...
Hoje encontrei a perda, dor de partida.
Um amigo se foi, de dores e amores que deixou.
Hoje a notícia foi triste,
Enrugou minha testa,
Apertou meu coração como espartilho de noiva a moda antiga
Hoje entendi que não há ninguém igual...
Quando um amigo se vai, sem chances de um abraço
De um acalento de esperança que mantemos até ao final,
Quando um amigo se vai, é parte da gente
Que da gente se desprende do vazio que fica.
Hoje não tem aquela poesia,
De brilho, risos e amores.
Hoje perdi meu amigo pra um mal de horrores.
Hoje meu coração se vestiu de luto,
E mais um pouco, meu ficou mudo.
Hoje abracei quem ficou perdida no vazio que tu deixaste.
Hoje, senti mais forte, tão forte,
Que devemos amar, cuidar, abraçar quem se ama,
Antes da morte...
Graças a Deus te abracei...
E hoje, com tua saudade, fiquei triste..
Hoje, não consigo me concentrar, dormir..
Hoje, tenho a certeza que não vou abraçá-lo
Nunca mais....nesta vida
Obrigado meu amigo por seres tão bom..
Obrigado meu amigo por seres tão amigo de meu pai Altamiro.
Homenagem do amigo Altair para o amigo Truth.

Um abraço!
Altair Viana.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Para não errar na hora de votar a opção é - Dudimar Paxiúba - 4555

Faltando nada mais que dois dias para as eleições, ainda há uma grande preocupação em relação a mudanças introduzidas neste ano pelo Supremo Tribunal Eleitoral e que podem levar o eleitor a cometer erros na hora da votação, sendo necessário que cada um de nós cheguemos as urnas pelo menos conhecendo um pouco das mudanças na legislação eleitoral, caso da determinação de que o eleitor se apresente no local de votação com o título de eleitor e carteira de identidade com foto, para que não sejamos impedidos de votar.

Mas, apesar de me preocupar com esta questão, pela certeza que tenho da falta de politização de grande parte da população, neste momento, a dois passos do grande dia, ou seja, na hora de VOTAR, é de grande importância, sempre é bom repetir, “que o eleitor deve estar preparado para votar com consciência e não cometer o maior erro possível, que é eleger maus          políticos, homens despreparados para exercer tão importantes funções. É fundamental que o eleitor não venda seu voto, pois apesar das proibições e da fiscalização assídua que a Justiça Eleitoral está fazendo, esta é uma prática que sabemos que acontece por todas as partes, que o eleitor se preocupe em pesquisar os antecedentes de seus candidatos e se informe acerca das idéias e programas daqueles que concorrem às eleições.”

Grandes avanços foram dados nos últimos anos e o maior exemplo é a aprovação da Lei da Ficha Limpa, que com certeza impugnará dezenas de candidatos e tirará do páreo políticos que não estão em condições de concorrer, pois cometeram crime eleitoral, entre outras irregularidades, mas é preciso ir além, pois muitos que não estão com problemas com a Justiça Eleitoral têm problemas morais, criminais, enfim, deveriam está presos, pagando por suas ações através da Justiça comum, ou seja, é preciso ser inteligente e isso nós somos o bastante, para saber quem é merecedor do nosso voto, por isso, com esta consciência é que me dirijo a você, eleitor de Itaituba e de toda a nossa vasta região do Tapajós.

Caros amigos itaitubenses, neste próximo dia 3 de outubro iremos as urnas, as eleições de 2010 estão ai e o eleitor, espero, parece estar mais preparado, afinal de contas tem acompanhado vergonhosos fatos no campo político. E assim, espera-se que em outubro haja a tão esperada mudança de mentalidade na hora de apertar o botão da urna eletrônica e confirmar o voto. E é diante desta expectativa de mudanças que mesmo a distancia, me sinto na obrigação de falar com cada um de vocês sobre o nosso companheiro, amigo e conterrâneo, o advogado Dudimar Paxiúba, que mais uma vez coloca seu nome a disposição para concorrer a uma vaga na Câmara Federal, onde não tenho dúvida de que representará Itaituba e toda a nossa região com dignidade e competência. Cabe a você, eleitor, definir os destinos de nossa região que tem sofrido ao longo dos anos o descaso dos políticos “ocasionais” que só nos visitam na época das eleições e depois esquecem os nossos problemas, por isso, é preciso eleger pessoas preparadas e que possam contribuir para o desenvolvimento do país, do nosso Estado, da nossa região e principalmente de Itaituba.

Para deputado federal, não tenha dúvida de que Dudimar Paxiúba é neste momento a opção de voto do eleitor itaitubense e dos demais municípios da região, pois acredito que a resposta inicial para os nossos anseios de ter uma Itaituba olhada de cima para baixo, com respeito, buscando a garantia de ações que correspondam com as nossas necessidades e principalmente, agregando mais valores e assim, buscando resultados que possam garantir mais qualidade na educação, saúde, segurança e infraestrutura, está na eleição de Dudimar Paxiúba como deputado federal, pois temos sofrido ao longo dos anos o descaso dos ditos “nossos” representantes políticos, que desconhecem a nossa realidade e por isso, ignoram as situações que se tem vivido, como as referentes ao Meio Ambiente, principal responsável pelas crises na economia da nossa região.

Amigo, não se culpe depois pelo descaso com que Itaituba e região tem sido tratada ao longo dos anos. Você tem como mudar e a opção está ai, diante de você. Vá as urnas neste dia 3 de outubro e para deputado federal VOTE em Dudimar Paxiúba - 4555. É a nossa esperança de não votar errado mais uma vez. Para deputado estadual em Itaituba também temos opção, bastando analisar com atenção os nomes que estão a disposição e na urna, não tenha dúvida. Vote com a razão, pois precisamos recuperar os anos perdidos, onde Itaituba e região ficaram sempre em último plano e desta forma, padecendo a falta de investimentos que garantissem a nossa dignidade enquanto cidadãos e para tanto, não se deixe mais enganar! Confie em você mesmo para que aconteça uma mudança de verdade. VOTE 4555 e garanta o nosso representante de fato e de direito na Câmara Federal.
Socorro Neves


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Caetano Veloso - CAJUÍNA

Aqui, um depoimento pessoal de Caetano sobre “Cajuína”. Clique e assista: http://www.youtube.com/watch?v=S5NxSwkwx-o).




Para quem gosta de música, aí está a história da música "Cajuína" de Caetano Veloso.

O texto é de Paulo José Cunha primo de Torquato Neto, pai da Mayra filha da Fatita do seu Eça Mesquita, um Itaitubense inesquecível pelo sua humildade, descontração e humor:

Uma cajuína para Tio Heli

Paulo José Cunha

A canção “Cajuína”, de Caetano Veloso, belíssimo baião metafísico que levanta a indagação essencial do homem neste mundo (“Existirmos. A que será que se destina?”) foi composta por causa de Tio Heli. Caetano havia chegado a Teresina para um show, estava muito triste. Retornava pela primeira vez à cidade onde havia nascido um de seus principais parceiros na Tropicália e seu grande amigo, o poeta Torquato Neto, meu primo, que havia se suicidado em 1972. Caetano procurou Tio Heli, pai de Torquato. Já se conheciam do tempo em que Tio Heli ia a Salvador ver Torquato, que estudava na mesma escola de Caetano. Levou Caetano pra casa, serviu-lhe uma cajuína, e procurou consolá-lo, pois Caetano chorava muito, convulsivamente. Em determinado instante, Tio Heli saiu da sala e foi ao jardim, onde colheu uma rosa-menina, que deu a Caetano ("pois quando tu me deste a rosa pequenina/vi que és um homem lindo..."). Ali mesmo os versos de “Cajuína” começaram a surgir, entre antigas fotos do menino Torquato, penduradas pelas paredes.


Tio Heli era dessas pessoas inesquecíveis. Alto, magro, empertigado, adorava caminhar pelas ruas da cidade. Era um caminhador dedicado. Só ultimamente, em razão da idade avançada e do crescimento da cidade, passou a andar de carro. Era avistá-lo ao longe, vindo com suas largas passadas, e logo ele abria os longos braços, preparando o abraço aconchegante, o pedido de bênção (sim, todos em Teresina, jovens e velhos tomavam-lhe a bênção). Xingava amorosamente o abraçado (“seu F...da...P..., não tem vergonha, se esqueceu de mim?”). Fazia um agrado e seguia caminho.

Espírita, amigo pessoal de Chico Xavier, Tio Heli foi um dos mais fiéis seguidores de Kardec, que centrou sua doutrina na caridade. Montou diversas creches em Teresina, salvou a vida de algumas centenas de crianças. Era de vê-lo entrando no Palácio de Karnac, sede do Governo do Piauí, para exigir do governador “leite para minhas crianças”. Não admitia histórias sobre empenhos, prazos para liberação de verbas e outras mutranhas da burocracia. Sabe-se lá como saía de lá com os mantimentos, ou com o dinheiro para adquiri-los. Promotor público aposentado, depois da morte de Torquato passou a usar integralmente o dinheiro da aposentadoria para custear as creches onde salvava as crianças desamparadas. As que chegavam sem registro ganhavam nomes de parentes ou de amigos. Uma vez me disse que havia uns três ou quatro paulos josés por lá...

Este foi o homem que nos deixou. Uma espécie de Quixote sertanejo, de gestos largos, de largos delírios, de intensas efusões de carinho. Um homem feito de afeto. Há pessoas que já chegam ao mundo eternas. Tio Heli é uma delas. Correu a notícia de que teria morrido, no que não acredito. Como acreditar que uma pessoa eterna tenha morrido? Tenho a mais absoluta certeza de que, na próxima visita à minha Teresina, ao entrar na Félix Pacheco, vou avistá-lo, com suas pernas longas e os passos largos e rápidos, a descer a rua, de braços abertos, vindo ao meu encontro. Eu me aconchegarei dentro de seu abraço, beijarei seu rosto cheiroso a loção de barba, e lhe tomarei a bênção.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

'Voltei à minha ex-empresa e ninguém me recebeu'

O fato narrado por Max Kening da CBN, me fez lembrar a experiência vivenciada
no serviço público.

Tenho vinte e oito anos de serviço público estadual, grande parte desse tempo exercendo cargos comissionados, onde o tratamento dispensado pelos colegas de trabalho parecia verdadeiro. Bastou que eu fosse exonerado por iniciativa própria ou por iniciativa do governo, para sentir a diferença de tratamento dispensado por esses colegas. Sei que em uma empresa, como em qualquer relação fora do trabalho, são poucos os que podemos considerar como amigos. Lembro muito bem quando exerci um cargo de diretor e me relacionava diariamente com o superior de outro órgão com quem mantinha uma relação de grande amizade. Após ter deixado o cargo continuei fazendo minha visita de rotina. Percebi que o gestor passou a não me receber com a mesma frequência. O interpelei e perguntei o porquê de não estar me recebendo mais. Ele me respondeu: é que não trabalhamos mais juntos. Então caiu a ficha, percebi que havia confundido o relacionamento profissional com o pessoal, apesar de que hoje somos grandes amigos . Dai a identificação com o áudio apresentado abaixo.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Eduardo Marques: "O estudo ajuda, mas não basta para sair da pobreza"

O cientista político diz que as relações sociais dos pobres são fundamentais para produzir novas políticas sociais.

Mariana Sanches - Época

A teoria que relaciona poucos anos de estudo à baixa renda tornou-se lugar-comum na literatura mundial sobre pobreza. Para o cientista político Eduardo Marques, da Universidade de São Paulo, a relação entre escola e pobreza não é errada. Apenas não explica tudo. “Encontrei pessoas com os mesmos anos de estudo, moradoras de um mesmo bairro e com histórias de vida parecidas em que uma delas tinha condição de vida melhor que a outra”, diz Marques. Depois de quatro anos de pesquisa em sete áreas pobres de São Paulo, replicadas agora em Salvador, ele concluiu que o conjunto de relações sociais dos indivíduos – a que chama de redes – pode ser mais importante do que os anos de escola na hora de determinar se alguém terá emprego ou não. Enquanto um ano a mais na sala de aula aumenta em R$ 7 a renda mensal, um padrão de redes específico traz a ele R$ 59 a mais. Os resultados obtidos por Marques, inéditos no Brasil e a ser publicados no fim de setembro, apontam para uma nova geração de políticas sociais. O combate à pobreza pode estar menos ligado a dar dinheiro aos pobres do que a criar oportunidades de novas relações para eles. Marques, no entanto, admite que nenhum governo no mundo sabe ainda como influenciar as redes sociais.

ENTREVISTA - EDUARDO MARQUES

QUEM É è Livre-docente em ciência política da Universidade de São Paulo e pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole (CEM)

O QUE FAZ è Coordena a área temática de políticas públicas da Associação Brasileira de Ciência Política

O QUE PUBLICOU è Lança neste mês o livro Redes sociais, segregação e pobreza, em parceria do CEM com a editora Unesp

ÉPOCA – Por que o senhor acha que as redes sociais explicam a pobreza? Eduardo Marques – Meu principal adversário em termos de argumento é a literatura que diz que a pobreza está associada a certos atributos, o principal deles é a escolaridade. Então indivíduos de menor escolaridade são mais pobres, e ponto. Encontrei algo no meio que faz com que indivíduos que tenham iguais atributos, mas relações sociais diferentes, tenham situações sociais distintas.

ÉPOCA – Mas a escola é importante? Marques – Certamente influencia a condição de vida, assim como outras coisas influenciam também. Meu argumento é que relações sociais cotidianas contribuem para a pobreza e a reprodução da pobreza. E isso está ausente do debate brasileiro.

ÉPOCA – As relações sociais de um indivíduo são determinantes para que ele seja pobre? Marques – Não são determinantes. Mas a variável que mais explica a chance de alguém ter emprego – num modelo que leve em conta atributos pessoais e a rede de relações – é justamente a rede. Mais que a escolaridade. Há quatro tipos de redes que explicam 93% dos casos das relações dos pobres. Há aqueles que têm redes pequenas, compostas de pessoas territorialmente próximas, em geral família, vizinhos ou amigos. O exemplo clássico são os idosos. Há aqueles com redes grandes, mas também com relações locais. Tipicamente, essa é a situação do soltador de pipa, que passa o dia todo na laje e cumprimenta todo mundo que passa. Há gente com redes médias com as mesmas características das anteriores. E, por fim, há as redes médias pouco locais e menos baseadas em família e vizinhos. Esse tipo de rede, que chamo de rede de “vencedor”, tem grande impacto na renda do indivíduo.

ÉPOCA – É possível medir isso? Marques – Constatei que, a cada ano a mais na escola, os pobres ganham, em média, R$ 7 a mais na renda per capita. Se alguém tem essa rede de “vencedor”, acrescenta R$ 59 à renda. É o correspondente a oito anos de estudos. É preciso fazer a ressalva de que os anos de estudos variam pouco entre os pobres, porque eles têm baixa escolaridade. Se levássemos a classe média em conta, a variável de anos de estudos talvez ganhasse efeito maior, porque variaria de 0 a 18 anos, enquanto entre os pobres vai até a 4ª ou 5ª série. As redes ainda trazem outros ganhos. Para quem tem emprego fixo ou aposentadoria, ter relações com quem também tenha rendimento estável aumenta a renda. Para os isolados territorialmente, quanto maior a quantidade de ambientes em que circulam (família, vizinhança, igreja, trabalho), maior a renda.

ÉPOCA – Por que isso acontece? Marques – Quanto mais ambientes diferentes alguém pode acessar, mais informação diferente pode receber. Essa é uma diferença fundamental entre as redes de classe média e as de pobre. As redes de classe média têm mais esferas de relações, grande predominância do trabalho e de contatos que vieram da vida escolar. Para os pobres, isso é menor.

ÉPOCA – Mas o que as redes fazem? Marques – As redes influenciam o acesso a bens e serviços. E também a apoios sociais que não são mediados por dinheiro. Há mecanismos que explicam por que as redes são como são e como os indivíduos as mobilizam. Cheguei à conclusão de que as redes de pobres não só são menores que as de classe média, como as relações dos pobres eram mais recentes. E isso porque há algo que chamo de economia dos vínculos. Criar vínculo e, especialmente, manter vínculo é custoso financeiramente, psicologicamente e em termos de tempo. Você tem de ligar, dar presente no aniversário, visitar, conversar. Os pobres jogam fora regularmente uma parcela grande de suas redes, diferentemente da classe média, pois não têm como fazer frente a esses custos. Há um segundo mecanismo interessante: a escolaridade. Quando olhávamos adolescentes de 16 anos pobres e de classe média, suas redes eram muito parecidas. Eram grandes, locais e de relações com pessoas muito parecidas com eles, família e amigos. Com 23, 24, 25 anos, as redes são completamente diferentes. O que acontece que as diferencia tão fortemente? Uma parcela grande da rede do adulto de classe média foi construída ao longo da trajetória profissional, que começou na faculdade. O curso superior faz com que ele construa uma transição suave para uma rede da idade adulta em que a profissão é forte. No caso dos pobres, não há transição. Isso porque o sujeito pode até chegar ao ensino médio, mas, quando acaba o estudo, sua rede é composta de família, vizinhos, amigos do bairro e da escola. Um vai ser pedreiro, o outro atendente da padaria, não tem especialização. A ausência da universidade na trajetória escolar dos pobres faz com que eles enfrentem um abismo nas relações e não consigam ter uma transição para uma rede adulta em que a profissão seja importante.

ÉPOCA – Como é possível implementar políticas públicas a partir das redes? Marques – Ninguém sabe. O gabinete do primeiro-ministro britânico tem uma unidade estratégica, a Social Exclusion Task Force (algo como Força-Tarefa contra Exclusão Social), que tenta basear suas políticas em redes. Há também tentativas da Policy Research Initiative (Iniciativa de Pesquisas em Políticas Públicas), do governo canadense. Um exemplo bem-sucedido é o baile da terceira idade. Ele é eficaz porque a questão do idoso é o isolamento. Para resolver o problema da pobreza, porém, não adianta criar baile da juventude carente. É preciso produzir relações de um novo tipo. Talvez cheguemos a uma política pública capaz de influenciar redes, mas estamos longe. Não é uma questão de dar dinheiro, mas de criar oportunidades de relações para os pobres.

ÉPOCA – Faria sentido sofisticar as contrapartidas do Bolsa Família? Marques – A existência de contrapartidas associadas à expansão dos serviços, como o aumento da quantidade de vagas em escolas, é uma boa estratégia para fazer as pessoas entrar nos serviços. Mas não acho que as condicionalidades devem ser expandidas porque elas podem ter o efeito perverso de isolar aquele menino que tira nota baixa, que falta mais na escola mesmo ameaçado de perder o benefício, porque tem de cuidar do irmão mais novo. Quem vai ficar de fora do programa é justamente quem mais precisa dele.

sábado, 11 de setembro de 2010

Gil Barata - apresentando a música "Lost"

Gil Barata, paraense nascido em Santarém, mas o coração Itaitubense, já aos 12 anos gostava de frequentar rodas de chorinhos e serestas às vezes levado pelo meu pai (Manoel Alho), que era musico (baterista) e ficava ouvindo e prestando atenção nos acordes dos violões. Aos 15 anos ganhei de presente meu primeiro violão, comprado pela minha mãe (Neci). No seminário São Pio X, em Santarém onde iniciei meus estudos musicais com o Prof. Moacir Santos (somente duas aulas) e daí em diante tomei a decisão de ser musico e comecei a estudar sozinho. Em 1982 fui estudar música em Recife no Conservatório Pernambucano de Música, e em seguida gravei em São Paulo um LP Mix (Amarelindo Brasil) onde fui muito feliz e com isso me deu mais vontade de conviver com a música. Fui para o Rio de Janeiro em 1986 tentar a sorte e lá aprendi muito, fiz parcerias e muito trabalho. Já em 1994 retornei ao torrão e fiz outros trabalhos, Composições, Shows para TVs, Festivais etc. Atualmente Moro em Belém e também faço um trabalho de parceria com a Susipe e desta parceria nasceram alguns frutos, entre eles esta canção "LOST" que já começa tocar em algumas rádios locais. Em 2010 estou feliz, em meu Estado, com muitos amigos e pretendo ficar por aqui se possível ETERNAMENTE.
Por Gil Barata



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Santarém, o lugar - Música de Jefson Luiz

Estou enviando o meu CD com algumas canções para vc, sei que iras curtir, com uma atenção maior para a primeira faixa "Santarém, o lugar", que foi a realização de um sonho, que caminhava comigo a muito tempo e graças a Deus consegui transformar para música, minha grande paixão, o amor que sinto pela minha terra natal, principalmente da saudade que sentimos, o que você comunga pela sua Itaituba, falo dos botos, sairé, dos peixes, das praias, até do sensacional RAI-FRAN sem esquecer da nossa Padroeira. Bida, fico feliz se for possivel a divulgação no seu blog, sei que muitos amigos e conterrâneos matarão um pouco da saudade. abraços!
Por Jefson Luiz.
Amigo Jefson,
tenho a satisfação em publicar a música de sua autoria "Santarém, o lugar". Saiba que tenho uma grande amizade por você e adimiração pelo seu talento musical.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Algumas coisas que ainda faço na minha saudade

Quando algumas pessoas diziam que, após a morte de um ente querido, continuavam a fazer determinadas coisas como se a pessoa ainda estivesse entre nós, eu ficava cismada. Como assim? Isso não faz mal para o espírito? Essas coisas.
Pensei nisso ontem à noite, depois de reparar em algumas coisas. Meu pai, de vez em quando, ainda chama a Love, apelido carinhoso que ele deu à mamãe, para o vazio, e só depois se corrige. A Etiane, minha irmã, olha involuntariamente para o portão, como se a mamãe fosse chegar a qualquer momento. E eu... pego o meu celular alguns minutos antes da novela, como se a mamãe ainda fosse me ligar.
Engraçado como a nossa mente, tão acostumada a determinadas tarefas, continua "se enganando" desse jeito. Reflexo, talvez? Não sei. Infelizmente, temos que passar por isso, e conviver com a saudade até o dia que chegar a nossa vez.
Penso sempre em minha mãe num lindo jardim, com todas as plantas que ela gostava, cuidando delas, conversando com elas, oferecendo amor a cada folha e raiz. Ela está em paz, sabe que o tempo onde está simplesmente não existe, e vai nos esperar. Eu só rezo a Deus que, no dia que chegar a minha vez, eu possa abraçar e beijar minha mãe como sempre fiz.

Postado por Ivelyne filha do Nena - http://www.4thavcafe.blogspot.com/

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

COMPREENDO MELHOR A SAUDADE DO MEU PAI...

Você sentirá saudades?
Um famoso pensador, ao ser entrevistado, afirmou que uma das perguntas de maior teor filosófico que mais o fez pensar nos últimos tempos, tinha vindo de sua filha, uma menina de poucos anos de idade.
Afirmava o entrevistado que, certa feita, ao dar o beijo de boa noite para sua pequena, ela o surpreendeu com a seguinte pergunta: Pai, quando você morrer, irá sentir saudades de mim?
A pergunta da menina, longe da ingenuidade infantil, traz no seu bojo profundos questionamentos filosóficos. Você mesmo já se surpreendeu pensando naqueles que lhe antecederam na viagem de retorno ao mundo espiritual?
Já se perguntou onde estarão eles? Sentirão saudades de mim?
Ou já pensou em algum momento: Como pode o manto da morte ser capaz de destruir sonhos, romper laços fraternos, separar aqueles que se amam?
E já se questionou se aqueles a quem queremos bem, que nos são caros ao coração, que convivemos anos a fio, compartilhando anseios, dúvidas, desafios, medos, com a morte ficam irremediavelmente afastados de nós?
É comum dizermos: Perdi meu pai, ou Perdi meu filho, quando esses se vão com o fenômeno da morte. Será verdade que os perdemos?
A razão nos diz que não. Como pode a morte vencer os laços construídos ao longo dos dias, dos anos, feitos no olhar, na dedicação, na cumplicidade, no compartilhar de dores e felicidades?
Como pode o fenômeno biológico vencer os sentimentos verdadeiros, que nascem nos refolhos da alma e são guardados no coração?
Pensar dessa forma é imaginar que Deus pouca importância daria para o amor. Afinal, de que valeria amar alguém, se isso tudo nos levaria ao nada?
Já que a morte do corpo é inevitável, inevitável seria então perder nossos
amores.
A lógica nos conduz ao entendimento das Leis de Deus, a nos explicar que os laços de amor vencem as distâncias provocadas pelo tempo e pelo espaço.
Aqueles que se amam, onde estiverem, continuarão se amando, mesmo que momentaneamente apartados.
E é isso que a morte do nosso corpo físico nos provoca. Temporariamente, ficamos apartados daqueles a quem amamos.
No entanto, logo mais, em um tempo que a vida nos dirá, nos reencontraremos, com as saudades daqueles que, após longa viagem, se reencontram para reviver o carinho, afeto e sentimentos que sempre existiram.
Quem parte de retorno ao mundo espiritual, pelo fenômeno da morte do corpo físico, é alguém que nos antecede na viagem de volta. Como nos ama, de lá fica nos aguardando, para um reencontro inevitável.
Naturalmente sente saudades como nós, sente nossa falta, como sentimos nós a dele.
* * *
Quando a saudade dos amados apertar nosso peito, que nossos pensamentos sejam de carinho, com a certeza de que nos encontraremos.
Aguardemos sem revolta pois afinal, dia desses lá estaremos nós, a revê-los, no retorno que também faremos ao mundo espiritual.

Fonte: Redação do Momento Espírita, em 09.06.2009.

Obs.: Texto indicado por Altair Viana da Silva

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A gente canta Padilha - A brasileira

Trecho do espetáculo "A gente Canta Padilha", sob a direção de Armindo Bião. Salvador - BA. Quinta a domingo 20h, de 26 de agosto a 5 de setembro no Teatro Martim Gonçalves.

Ficha técnica:
Dramaturgia e encenação - Armindo Bião
Assistência de encenação - Marconi Araponga
Direção musical - Luciano Salvador Bahia
Arranjos musicais - Fao Miranda, Marcelo Jardim, Thales Branche e elenco
Preparação vocal - Fao Miranda
Iluminação - Eduardo Tudella
Coreografia - Daniel Moura
Elenco - Alam Félix, Elmir Mateus, Fao Miranda, Gil Teixeira (ganhador de dois Troféus Braskem), Indaiá Oliveira, Karol Senna, Lipe Dias, Rosa Adelina, Sara Jobard e Thales Branche
Ambientação e caracterização - Armindo Bião
Objetos de cena e cenotécnica - AC Costa
Marcenaria - Ademir Ferreira França e Reinaldo de Jesus
Saias - Bianca Cacciola (Paris FR) e Dandara Baldez (Salvador BA)
Costura - Ceomara Falcão
Operação de luz - Luís Alberto Gonçalves e Moisés Vitório
Identidade visual - Alex Souza
Assessoria de imprensa - Fátima Barretto
Fotos - Alessandra Nohvais
Produção executiva - Indaiá Oliveira
Assistência de produção - Marconi Araponga
Produção - Armindo Bião

A gente canta Padilha - A castellana

Trecho do espetáculo "A gente Canta Padilha", sob a direção de Armindo Bião. Salvador - BA. Quinta a domingo 20h, de 26 de agosto a 5 de setembro no Teatro Martim Gonçalves.

Ficha técnica:
Dramaturgia e encenação - Armindo Bião
Assistência de encenação - Marconi Araponga
Direção musical - Luciano Salvador Bahia
Arranjos musicais - Fao Miranda, Marcelo Jardim, Thales Branche e elenco
Preparação vocal - Fao Miranda
Iluminação - Eduardo Tudella
Coreografia - Daniel Moura
Elenco - Alam Félix, Elmir Mateus, Fao Miranda, Gil Teixeira (ganhador de dois Troféus Braskem), Indaiá Oliveira, Karol Senna, Lipe Dias, Rosa Adelina, Sara Jobard e Thales Branche
Ambientação e caracterização - Armindo Bião
Objetos de cena e cenotécnica - AC Costa
Marcenaria - Ademir Ferreira França e Reinaldo de Jesus
Saias - Bianca Cacciola (Paris FR) e Dandara Baldez (Salvador BA)
Costura - Ceomara Falcão
Operação de luz - Luís Alberto Gonçalves e Moisés Vitório
Identidade visual - Alex Souza
Assessoria de imprensa - Fátima Barretto
Fotos - Alessandra Nohvais
Produção executiva - Indaiá Oliveira
Assistência de produção - Marconi Araponga
Produção - Armindo Bião

sábado, 21 de agosto de 2010

Amigo e irmão Nena perde sua esposa Leuda

A convivência humana é necessária e essencial. Viver ao lado de uma pessoa por décadas seguidas é como criar uma sombra infinita, claro, até a que a morte os separe. Para os que continuam a saga da vida fica a lembrança, fica a saudade que não tem fim. Mas, esse “elã vital” que sustenta a vida nos tornando aparentemente conformados.

Esta semana o Nena perdeu a sua esposa Leuda de forma inesperada. Era uma pessoa da maior qualidade, mãe e mulher incondicional, dedicada à família.

Por ironia do destino ainda ouvi suas últimas palavras. Estou de férias em Salvador, quando o Nena discou para o meu celular involuntariamente, exatamente no momento em que ele prestava os primeiros socorros à Leuda e dizia: Leuda seu braço está amortecido? Ela respondia que estava tudo bem e continuaram a conversar. No mesmo momento eu tentava Conversar com o Nena e como a ligação era involuntária ele não me ouvia. A partir daí vem o pior: a Leuda foi levada ao hospital aonde veio a falecer.

Para nós fica sempre a lição, será que estamos preparados para enfrentar situações tristes como essa?

Que os corações do Nena, Etiane e Eveline busquem a força necessária no Pai eterno, para que possam aceitar a ruptura entre a vida e morte.

Recebam um abraço de amor e paz caloroso da minha mãe Antonia e de teus irmãos Mendonça.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mensagem de agradecimento e otimismo - 4555

Mensagem aos Municípios de Itaituba, Jacareacanga, Aveiro, Ruropólis,
Trairão e Novo Progresso


Na última eleição para Deputado Federal, obtive quase 20.000 votos, alcançando a segunda suplência na coligação da qual fazia parte, e quero aqui agradecer de coração a confiança em mim depositada.
Mais uma vez resolvo submeter-me ao crivo da vontade popular.
Sei o quanto é árdua a caminhada. Afinal, essa já é a terceira experiência.
Das duas anteriores, certamente saberei extrair lições que serão de grande valia.
A responsabilidade aumenta à medida que se aproxima o início do contato mais direto com nossas amigas eleitoras e nossos amigos eleitores.
Saibam, que me sinto cada vez mais motivado, preparado e disposto a cumprir essa dignificante missão.
Sinto-me pronto para dialogar com todos os setores de nossa sociedade, abordando todos os importantes assuntos, especialmente os atinentes aos graves problemas de ordem econômica e social, que afligem a todos nós.
Assim como, na busca incessante de meios para solucioná-los.
Desta vez faço parte de um partido muito mais forte e uma coligação muito mais ampla, o que aumenta consideravelmente a nossa chance de eleição.
Em Itaituba são quase 65.000 eleitores, e alcançando o total de quase 100.000 eleitores em toda Região Oeste. Portanto temos votos suficientes para elegermos um Deputado Federal para representar nossa Região Oeste, e acabarmos com o discurso dos que torcem contra a nossa vontade.
Por fim, conclamo as pessoas de bem de nossos municípios, para juntos, formarmos uma verdadeira cruzada contra a corrupção eleitoral.
A vitória será da democracia.
Um abraço carinhoso a todos, e brevemente estaremos nos encontrando nas ruas, avenidas e praças de Itaituba e região.

Dudimar Paxiúba – 4555 (PSDB)
“Defendendo os direitos do povo”.

Postada no blog “Curto & Grosso”: http://paxiuba.blogspot.com/

domingo, 8 de agosto de 2010

Saudades de meu pai...

Saudades de meu pai...
Falar sobre pai é falar de amor paternal, de amigo, de referência!

Sentir sua falta é algo inexplicável. Mas, tentarei expressar esta saudade através dessas humildes palavras com muita dor.
Pai... Sinto tanto a sua falta... Sinto falta da sua voz que me aconselhava com ternura, do seu olhar sereno com doçura, sério com humor, de suas mãos que me reerguiam quando eu caía, sinto falta de seu abraço que me envolvia, quando eu chegava de viagem.

Pai, com a sua proteção eu nada temia! E seus conselhos eram para o meu bem... Pai eu estou com tantas saudades! Sem invejar, vejo as pessoas que tem pais vivos e que muitas vezes os maltratam com gestos e palavras, não os valorizam, então penso:

Pai, daria tudo para poder novamente sua mão segurar, lhe abraçar, lhe beijar e sentir que você está perto de mim, seus olhos pequenos a me contemplar e sua voz ouvir, e ser carinhoso, menos teimoso, ter tempo para conversar os seus assuntos preferidos, e ter uma nova chance de dizer: EU TE AMO!

Pai e Mãe... Não deveriam jamais morrer!

Quanto mais eu vivo sinto que é pouco para dizer: Eu te amo, meu PAI! Quem tem seu pai vivo, não desperdice o tempo, fale sobre o seu amor por ele HOJE... Pois, AMANHÃ pode ser tarde demais...

Seus filhos Altair Sebastião Viana da Silva, Rafic, Ivanilda, Adalberto, Artemio, Aldir, Aurimar, Ana Maria, Maria Amenaide, Altamiro Filho, Aglacy e mamãe!

Pais e filhos: pouco tempo e muito amor

Pais e filhos: pouco tempo e muito amorÉ perfeitamente possível conciliar o trabalho com a educação dos filhos. O que mais importante não é a quantidade, mas a qualidade do tempo que você passa com as criançaspor Roberto Shinyashiki.
29.08.2006
  
 
Roberto Shinyashiki

Psiquiatra, palestrante e autor de 13 títulos, entre eles Os Segredos dos Campeões, Tudo ou Nada e Heróis de Verdade.

Ao contrário do que pensa a maioria, ser um profissional dedicado e um pai atencioso não constitui nenhum paradoxo, nenhuma missão impossível. É preciso valorizar o bom senso, que deveria ser um companheiro inevitável de todas as jornadas e um instrumento indispensável para conciliar às prioridades de nossas vidas. Outro fator importante é evitar a culpa por não poder estar sempre presente. O trabalho é a personificação do nosso dom. É uma das forças motrizes da vida e, além disso, proporciona o sustento de nossa família. Para se desenvolver plenamente, a criança não precisa da presença dos pais 24 horas por dia. O que ela realmente necessita é se sentir amada e respeitada. Não faz mal que tenhamos apenas 15 minutos diários ou meia hora. Utilizar bem esse tempo é que é fator essencial.
Manter o mesmo padrão de excelência na empresa e em casa é um negócio viável mais de alto investimento. Mostrar-se carinhoso e afetivo no pouco tempo que temos junto aos filhos é um exemplo de quanto a relação pode ser produtiva. Telefonemas, abraços, um beijo antes de ir ao trabalho, buscá-lo de surpresa na escola (quando não se pode fazer isso todo dia), um programa de final de semana… As opções são variadas e podem ser adaptadas a diversas profissões.

Pequenos gestos e ações de grande significado são suficientes para sedimentar os laços familiares de forma duradoura. A troca de experiências, emoções e sentimentos é um dos segredos para manter o diálogo entre pais e filhos, mesmo quando esse filho ainda é um bebê. Nesse caso, entra em ação o diálogo do toque, cuja magia transcende nossa compreensão, mas que sabemos ser infalível. O caminho é descobrir a melhor maneira de junto à família, desenvolver um processo de aprendizado coletivo e proveitoso para todos os membros do grupo. Também devemos estar atentos para valorizar as vitórias cotidianas das crianças. Isso é tão importante quanto ajudá-las a superar obstáculos. Notas boas merecem elogios do tipo: Parabéns filho! Papai está orgulhoso de você! Comentários como esse aumentam a auto-estima e colaboram paraque a criança passe a se dedicar mais na escola. Quando acontece o contrário e as notas não são tão animadoras, vale a pena ressaltar o quanto acreditamos no seu potencial e, acima de tudo, deixar claro que estamos prontos a ajudá-los.

O amor, no fundo, é a chave de tudo e palavras como compreensão e carinho funcionam como suporte para os desafios inerentes à convivência familiar. Acredito muito na força de um trecho presente no meu livro Pais e Filhos – Companheiros de Viagem que diz o seguinte: “Às vezes, imagino a vida como uma viagem de trem, feita com companheiros que a compartilham em determinados trechos.

Quando nasci, entrei no trem em que estavam meus pais; eles já conheciam algumas coisas sobre a viagem e sobre o trem. Certamente parte dos seus conhecimentos correspondia à verdade e outra parte não passava de ilusões. No meio da minha viagem nasceram meus filhos. A essa altura eu também já conhecia algumas coisas a respeito da viagem e do trem; igualmente, parte era verdadeira e parte não. Há pouco tempo, meu pai deixou o trem e, com sua partida, mudou a maneira de fazermos a viagem. Mas o trem continuou..

Quando juntos cada um dos companheiros de viagem faz suas descobertas e procura passá-las para os outros, sabendo que a riqueza da luz se amplia quando é compartilhada. Pais e filhos, somente companheiros. Pais e filhos, o mais belo encontro da vida, cúmplices no aprender a desvendar os mistérios de cada um; amigos nas transformações, pois este é um dos grandes segredos da vida: quase tudo é provisório! O que hoje nos sacia, amanhã pode não mais fazê-lo. De definitivo, somente os filhos e, por conseqüência, os pais: definitivo e eterno amor.”

Muita força para fazer de sua jornada uma viagem cada vez mais bonita e mais cheia de luz. Que esse poder ultrapasse as correntes do tempo e consiga se perpetuar em cada uma das sementes plantadas ao longo de sua vida.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Itaituba comemora a festa da Padroeira Nossa Senhora Sant'Ana

Sant'Ana padroeira de Itaituba

Hoje a cidade de Itaituba está em festa!
O tempo se encarrega de fazer a história e de nos fazer lembrar os bons momentos nas primeiras relações sociais fora do seio familiar. Os amigos e colegas, os vizinhos, a escola, a igreja, as festas do Auto-esporte e do América Futebol Clube, as primeiras matinês no cinema do salão Paroquial. Fomos privilegiados por que fizemos história e hoje dividimos as experiências vivenciadas.
A Festa de Sant'Ana com a sua célebre Procissão, sempre foi um ponto de convergência entre os itaitubenses. Lembro das barracas cobertas de palha, dos três dias de friagem como chamávamos vindas do Sul do país, dos temporais dos dias 18 a 26 de julho sempre trazendo alguns transtornos ao patrimônio, das brincadeiras trazidas pelos marreteiros como o famoso jogo a "barba-da-velha", que sempre que puxávamos o fio e acertávamos em um pacote de canforina, O nosso objetivo era puxar o fio e acertar no vidro de perfume "Bond Street" ou de uma bola de futebol n° 5. E o que marcou também, foram as brincadeiras entre os jovens que ofereciam melodias românticas pelo alto-falante que animava o arraial.
A festividade fechava com o grande baile a rigor no dia 26 de julho no salão Paroquial. Era um momento de congraçamento. Ficou a saudade!
Itaituba, que a tua padroeira te abençoe e te torne uma cidade mais próspera.

Salve, ó Sant’Ana!

Utopia capitalista - Matéria da Veja de 28-07-2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sobre desaparecidos em ação

Só hoje tive conhecimento da excelente matéria “DESAPARECIDOS EM AÇÃO!” postado no blog "Rastilho de Pólvora" do cunhado Walter Tertuliano, aqui parafraseando o meu pai Fran Mendonça. É só uma brincadeira!

Sem jogar confete, mas o estilo da escrita do Walter é da melhor qualidade. Parabéns pela matéria!
Gostaria de pegar a carona do Rastilho de Pólvora antes de publicar na íntegra a matéria “DESAPARECIDOS EM AÇÃO!”, e complementar com alguns acidentes aéreos por mim presenciados:

1. Na década de 70 em plena ditadura militar, presenciei a queda de um avião douglas que decolou de Miritibuba com os pesquisadores do projeto RADAMBRASIL, com o objetivo de fazerem levantamento dos recursos naturais da região. Ao decolar o douglas ao atingir altitude necessária, começou a perder altura, vindo a cair e explodir em seguida não deixando nenhum sobrevivente;

2. Testemunhei uma amerissagem espetacular de um avião bonanza no Rio Tapajós, sob o comando do Mair (famoso Maik), piloto experiente catalogando dezenas de quedas, sempre saindo ileso e pronto para outra. Após o motor de o avião brecar completamente, ficou flutuando por alguns minutos. Em seguida o Mair ficou de pé em uma das asas do bonanza, esperando uma canoa que lhe prestaria socorro. Em seguida bonanza adernou totalmente. Esse acidente não deixou vítimas;

3. Outro acidente aéreo presenciado por mim foi a queda no Rio Tapajós de um cessna comandado pelo piloto Luiz Mendonça, caindo em frente ao campo do seu Ângelo, mais conhecido por "Fiim". Também sem vítimas fatais;

4. Ao tentar decolar do aeroporto velho localizado atrás da Prefeitura Municipal de Itaituba, um avião cessna do Sr. Michiles, muito parecido com o paulistinha, teve o suporte do trem de pouso quebrado, ficando rodando totalmente desgovernado. Também sem vítimas fatais;

5. O acidente de aviação mais me impressionou e que sensibilizou a cidade ocorreu com um avião catalina do Comandante Muniz, que ficou desgovernado passando por algumas árvores, vindo a parar quando um dos trens de pouso esbarrou em um tronco de cajueiro, parando com o bico do avião dentro da casa do Sr. Jaime (sem causar danos ao patrimônio) e a alguns passos de uma garota loura que brincava ali. Essa garota loura citada é a nossa amiga Sueli filha do Sr. Jaime e D. Elza, muito conhecida por nós. Os populares disseram naquele momento que o avião brecou pela mão de Deus, dando chance à vida, àquela criança que ali brincava.

Aqui transcrevo “DESAPARECIDOS EM AÇÃO!” postada pelo Walter Tertulino no seu blog Rastilho de Pólvora ( http://tertulino.blogspot.com/ )- 06-02-2010:

Itaituba - Um verdadeiro eldorado transformou-se Itaituba com a corrida do ouro no vale do Tapajós com seu ápice de produção ocorrendo na década de 80, onde o aeroporto de Itaituba, em virtude da muito produtiva região aurífera do Tapajós registrar uma média diária de 400 pousos e decolagens, representando um movimento anual de 80.000 pousos e decolagens/ano. Nessa época, o mesmo foi considerado o 3º aeródromo mais movimentado do mundo.Algumas curiosidades que se registra dentre tantas ocorreu em 1983 em que, devido ao intenso movimento e a ausência de uma Torre de controle de trafego aéreo um monomotor pousou em cima de outro.

Em 1.994 já no declínio da produção um Cessna 402 da Empresa de Taxi Aéreo Kovacs após ter decolado, perdeu o controle, colidindo em consequência com a superfície de uma lagoa, distante cerca de uma milha da cabeceira da pista. A aeronave sofreu perda total e o co-piloto e dois passageiros faleceram no local, por afogamento, após abandonarem a aeronave.

Incontáveis acidentes ceifaram a vida de muitas pessoas entre esses os pilotos, que cruzavam a Amazônia e principalmente a região do Vale do Tapajós transportando, garimpeiros, víveres, bebidas, vendedores de medicamentos que eram tidos como doutores, macumbeiros que alguns iam buscar em Codó/Ma para mostrar através de charlatanismo onde o jazimento era mais favorável para a cata do ouro, prostitutas para as horas de lazer, cozinheiras, para a confecção da comida e que muitas vezes achavam seu dono e protetor nos braços e afagos de um balseiro bamburrado. Nesse cenário entravam nos garimpos aventureiros, que topavam qualquer parada, como vendedores de balas calibre 38, 765 e cartucho 20 e 12 para escopetas, matadores de aluguel que matavam por um punhado de ouro, ou até uma pepita que passasse de 80 gramas.Quando os opostos se atraiam como a formosura de uma mulher, o entorpecimento do uisque barato vendido caro, umas tragadas no tarugo de marijuana, e ainda um garimpeiro com um trezoitão à cintura, evacorado, escorneado, humilhado, sacaneado pela kenga, quase sempre a noitada produzia duelos, emboscadas, e muitas mortes na currutela. um, dois, três, quatro ou mais dançavam a dança macabra da velha do cutelo. Esses seres que exageravam em não dar valor à vida em busca do bamburro, extravasavam nas orgias e alegria nos cabarés ou puteiros, logo, passariam a repousar eternamente em uma cova rasa nos garimpos do Tapajós. alguns ficavam insepultos, jogados no ermo, outros que eram sepultados em rede, eram os que tinham amigos parentes, ou socios influentes nas redondezas.Os comandantes Clódison, Pedro Mucura, Pedrinho, Darcy, Dentinho, Pombo, Guara, Levindo, Augusto Cercassim, Joseval, e Eduardo Augusto, esse bem mais recente, dentre muitos outros aeronautas perderam suas vidas ousando em voos com mal tempo, panes mecânicas, manutenção precária, voos cegos haja vista a inexistencia no Brasil do GPS, ainda navegação complcada pelo excesso do tráfego aéreo, excesso de peso nos aviões o que caracterizava imprudencia, para se ganhar mais dinheiro. Várias famílias perderam parentes e amigos nessa árdua e dificil, quase mpossivel missão. Somente filhos a Dona Carmina Borges do Vale, que por seu caráter de mulher decidida um pouco brava, "Carinhosamente" chamada de Carmansa, perdeu o dois filhos, Clódison na década de 70 e William “Mamá” no pool da produção do ouro. Mamá que tinha um relacionamento fraternal forte comigo, morreu de forma trágica no garimpo do Porto Rico no baixão Francisco Gomes/Nova Brasilia, ocasião em que acompanhava no avião, seu socio tambem piloto “Cabeça” Aldecy Queiroz. O sinistro aconteceu momentos depois da decolagem para Santarém no momento em que levavam consigo de carona um garimpeiro acometido de malária. Para não deixarem o homem que agonizava em febre na beira da pista morrer à míngua, resolveram revelando sólida formação humanitária levá-lo ao menos para morrer com dignidade em um hospital de Santarém; quando decolaram o bimotor, subitamente o enfermo, acometido de alucinações muito provavelmente pela forte febre e debilidade mental provocada pela doença atacou os dois aeronautas que não conseguiriam impedir as agressões do homem enlouquecido ja que estavam em operação de subida/decolagem, e perdendo o controle, a aeronave precipitou-se ao solo., causando morte instantanea nos pilotos. As pessoas que transitavam pela pista assistindo a decolagem do avião, antes desse desaparecer no horizonte, presenciaram uma cena trágica, subitamente a aeronave perdendo altitude choca-se ao solo em meio a forte estrondo, nesse instante muitos pessoas em Jeeps do Garimpeiro Chico Aracati foram para onde deu-se o sinistro, e presumiram o que teria acontecido, pois os dois pilotos segundo se comenta não seguiram a recomendação de uma "Enfermeira de garimpo" que orientou levarem o doente amarrado ja que estaria delirando. O desespero das pessoas que presenciaram o desastre ao verem os corpos inertes dos pilotos destroçados; acometidos de revolta incontida, conforme registra depoimentos dos que assistiram a cena chocante, vendo o débil mental, ileso, sair dos escombros, julgando que fora o causador da tragédia executaram-no à bala.

Alguns dias antes da tragédia que causou comoção no garimpo, Jacareacanga e Itaituba, me encontrei em Porto Rico, com meu amigo Mamá, quando tive que ir àquele garimpo comprar ouro para complementar uma quota que deveria ser levada para São Paulo para a Purimil e Zé Arara com urgência, e batendo um papo com aquela incrível figura humana que estava baseado no garimpo, pude ouvir de seu apurado humor na ocasião em que ao passavamos por um pequeno cemitério à beira da pista, ele olhando por toda a pequena extensão do Campo Santo que era cercado por arames farpado, gracejando como era sempre seu caráter de homem alegre e de bem com a vida disse-me apontando para o cercado, - sabe como esse negocio se chama? E respondeu: Curral de prender velhacos. Quem entra aí ta frito. Pouco dias depois William Borges do Vale o Mamá, aumentou a estatística das pessoas que sucumbiram nos garimpos da região atrás da projeção e compensação, tendo sido mais um desaparecido em ação.Os dias que antecederam sua morte, Mamá encontrava-se eufórico pois tinha comprado seu primeiro carro e importado (Miúra) e que naqueles dias iria em Belém para ver sua máquina.William Borges do Vale, Mamá, era filho de Carmina e Antão, e irmão dos pilotos, Clodison (Falecido) Clinger (ET) Bidú, Prego, Kilme, Nôco. Thiago, (Foto menor) filho caçula de Nôco já enceta seus primeiros vôos para prosseguir com o legado dos Borges do Vale.

A maioria dos aeronautas que tiveram sorte em salvar suas vidas em desastres de avião na região ficaram com sérias sequelas, caso dos comandantes, Dimas Santiago, Wanderly Tertuilno e outros que vieram do sul em busca de riqueza na amazônia.