Faleceu, na manhã deste domingo (27), Benedito Nunes, professor, filósofo, crítico e ensaísta paraense de renome internacional. Segundo o Hospital Beneficente Portuguesa, Benedito foi encaminhado às 20h da noite deste sábado (26), para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O filósofo já estava internado no Hospital há oito dias. O falecimento ocorreu às 10h45 de hoje.
Segundo o hospital, Benedito Nunes tinha uma úlcera e estava com hemorragia no estômago. Pela manhã ele sofreu uma parada cardio respiratória e veio a óbito.
O corpo de Benedito Nunes está sendo velado na Igreja de Santo Alexandre, no Complexo Feliz Lusitânia, em Belém. Nesta segunda-feira (28) haverá uma missa, de corpo presente, homenageando o filósofo na mesma igreja.
Também nesta segunda-feira (27), está marcada a cerimônia de cremação do corpo do filósofo no Cemitério Max Domini, em Marituba, região metropolitana de Belém.
Veja imagens do filósofo paraense
Paulo Chaves, secretário de Cultura lamentou sobre a morte de Benedito. 'Estamos todos muito abalados com a perda do Benedito. Além da saudade do amigo, fica o exemplo do intelectual impecável, do ensaísta rigoroso e do professor generoso de tantas gerações. É uma perda enorme!', lamenta.
Nota de pesar - Em nota goverandor Simão Jatene, lamenta o falecimento de Benedito Nunes. 'Em nome de todos os paraenses, agradeço a inestimável contribuição do mestre Benedito José Nunes à cultura do país. A sua dedicação como escritor, crítico de arte, filósofo e professor é irretocável. Mais ainda, sua grandeza como paraense se revelou quando recebeu convites irrecusáveis para trabalhar em outros centros, no Brasil e no exterior, mas escolheu o Pará como destino e lugar para viver e construir a sua vasta e admirável trajetória intelectual. O Pará, reconhecido, saberá honrar a sua memória.'
Quem também enviou nota a redação foi a Associação de Docentes da UFPA (Adufpa). 'A ADUFPA se solidariza aos familiares do professor Benedito Nunes e aos milhões de paraenses enlutados por esta perda inestimável. Com sua grandeza intelectual, Benedito Nunes deixa saudades, mas ficará eternizado por meio de suas obras, que muito deram orgulho e contribuíram para a cultura do país e para o desenvolvimento do conhecimento amazônico.'
Histórico - Benedito José Viana da Nunes nasceu em 21 de novembro de 1929, em Belém, onde viveu até hoje. Em 1952, graduou-se na Faculdade de Direito do Pará e, entre 1949 e 1960, lecionou Filosofia e História. Foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia do Estado, onde ensinou Ética e História da Filosofia, de 1954 a 1960. No ano seguinte, foi contratado pela Universidade Federal do Pará, para a qual elaborou o projeto de criação do Curso de Filosofia, inaugurado em 1975. Em 1998, Bendito Nunes recebeu o título de Professor Emérito da UFPA.
Benedito Nunes era especialista em analisar obras de escritores renomados, como Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa. O autor se intitulava autodidata e eterno aprendiz.
Entre suas obras: O Mundo de Clarice Lispector (1966); Poesia de Mário Faustino (1966); Farias Brito: Trovas Escolhidas (1967); O Dorso do Tigre (1969); Leitura de Clarice Lispector (1973); Oswald Canibal (1978); O Livro do Seminário (1983); Passagem para o Poético: Filosofia e Poesia em Heidegger (1986); O Tempo na Narrativa (1988); A Paixão Segundo GH/ Clarice Lispector (1988); O Drama da Linguagem: uma Leitura de Clarice Lispector (1989); O Crivo de Papel (1999) e Hermenêutica e Poesia — O Pensamento Poético(1999).
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